postado em 16/07/2011 09:41
Um dia depois de o governo comemorar a recuperação de R$ 54,9 milhões dos R$ 923 milhões (em valores atuais) que o Grupo OK deve aos cofres públicos ; relativos a desvios de verbas na construção do Tribunal Regional de Trabalho de São Paulo (TRT-SP) ;, a Advocacia-Geral da União (AGU) avisou que não está satisfeita. O advogado responsável pelo caso, subprocurador regional Diogo Palau, afirmou ontem que a AGU fará buscas para encontrar empresas do ex-senador Luiz Estevão, controlador do grupo, que estejam em nome de laranjas.Atualmente, 1.255 imóveis de Estevão em Brasília estão bloqueados pela União, como garantia de pagamento da dívida milionária. Os R$ 54,9 milhões recuperados são relativos ao aluguel de 10 imóveis. O subprocurador explica que a ;busca; por laranjas é a continuação do trabalho, pois nem mesmo parte dos imóveis já penhorados está no nome da empresa. ;Nem esses imóveis de penhora dos aluguéis estão no nome do Grupo OK, estão no nome de outras empresas. É um trabalho de formiguinha, de ir na origem dessas empresas. Vamos detectar se existem outras que sejam relacionadas com o grupo. Seriam esses os laranjas, o que não é efetivamente do Grupo OK, uma forma de tentar fugir;, afirma Palau.
O ex-senador solicita à AGU uma audiência, ;com participação da imprensa;, para discutir os termos do pagamento da dívida. Estevão argumenta que os 10 imóveis que renderam os R$ 55 milhões em aluguéis são avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e que a manutenção do bloqueio dos outros bens, assim como a busca por novos, configuram um ;excesso de garantia;. ;Já existem penhorados mais de mil imóveis, que têm valor de avaliação superior a R$ 4 bilhões. Queremos discutir com a AGU os termos do pagamento. Peço que os advogados da AGU marquem uma audiência, com a presença da imprensa. Só três dos 10 imóveis alugados foram avaliados recentemente em R$ 290 milhões;, argumenta.
A Advocacia-Geral da União afirma que caberá ao Judiciário decidir se os demais imóveis do Grupo OK serão liberados. De acordo com Palau, se o desbloqueio for confirmado, a União vai recorrer contra a decisão.