postado em 25/07/2011 15:41
Parlamentares da base aliada do governo defenderam nesta segunda-feira (25/7) que a presidente Dilma Rousseff faça as substituições que julgar necessárias na equipe de governo quando houver denúncias de corrupção, independentemente do partido ao qual a autoridade seja vinculada. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), partido que teve baixas no Ministério dos Transportes, afirmou que Dilma tem ;uma balança só; e dificilmente adotaria outra postura, senão a que tomou diante das denúncias de corrupção em órgãos da pasta dos Transportes.Ele não acredita em uma ;faxina seletiva;. Segundo ele, ;a presidente instituiu o rito da jurisprudência ministerial;. ;Quem estabelece a balança [de avaliação das denúncias] é a presidenta que é competente, proba e está [agindo] dentro de sua competência. A partir do momento em que se estabeleceu esse rito ela vai agir com os outros da mesma forma;, destacou Lincoln Portela.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também não acredita que Dilma agirá de forma diferente. ;Faxina seletiva não limpa a casa. Tem que fazer faxina na casa toda. Onde ela sentir o cheiro de sujeira tem que limpar.;
Cristovam defende a criação de um grupo parlamentar que garanta respaldo a Dilma Rousseff para fazer uma ;faxina; total no Ministério dos Transportes e em outras áreas que venham a ser alvo de denúncias de corrupção, inclusive a do Trabalho, que tem como titular o presidente do seu partido, Carlos Lupi, caso esse venha a ser alvo de denúncias.
;No caso do PDT, pelo que conheço do ministro Lupi, ele não vai esperar. Se houver denúncia de corrupção no Ministério do Trabalho ele tomará as providências. Se não fizer, a presidenta deve fazer lá também;, defendeu o senador. Ele acrescentou que Dilma deve avaliar as denúncias de corrupção na Agência Nacional de Petróleo (ANP), publicadas pela revista Época na edição do último sábado (23).
A reportagem trata de investigações conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público de assessores da ANP que receberiam propina em nome do ex-superintendente do órgão, Édison Silva, que seria filiado ao PCdoB. Em nota divulgada hoje, a agência qualifica o conteúdo da matéria de ;falsidades; por ;desconsiderar dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos".
Segundo a ANP, as duas pessoas flagradas em vídeo pedindo propina a uma representante das distribuidoras e postos de combustíveis foram afastadas em 2009 e não ocuparam cargos de assessoria. Outro que defende a criação do grupo parlamentar em apoio às medidas de saneamento de Dilma em sua equipe de trabalho é o líder do PSB no Senado, Antônio Carlos Valadares (SE). ;Fui o primeiro senador a ir à tribuna para defender uma ação do Parlamento nesse sentido;, ressaltou.
Valadares ponderou, entretanto, que o termo faxina ;é agressivo; e pode criar problemas com os parlamentares do PR, ;que tem políticos corretos e honestos;. Para ele, independentemente do nome que venha a se dar a esse grupo, o importante é que os aliados garantam a governabilidade à presidenta ;nesse momento difícil;.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), é contrário à criação de um grupo parlamentar para isso, uma vez que não vê, até o momento, problemas na base aliada que justifique ação nesse sentido.