postado em 29/07/2011 15:53
As presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner demonstraram nesta sexta-feira (29/7) preocupação com a economia global. Em declaração à imprensa após encontro entre as presidentas, Dilma defendeu que os países da América do Sul coordenem respostas conjuntas à situação de crise da economia global nas reuniões de ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais da região, previstas para agosto.;Discutimos os grandes problemas de economia global. Devemos definir ações conjuntas e concretas para defender nossos países da excessiva liquidez, que valoriza artificialmente nossas moedas, e da avalanche de produtos manufaturados que, não encontrando mercado nos países desenvolvidos, atingem o emprego e a indústria nas nossas regiões;, disse Dilma.
As duas afirmaram que o assunto será discutido em reunião entre ministros da Fazenda, no dia 4 de agosto, em Lima, e de presidentes de Bancos Centrais em Buenos Aires, no dia 11 de agosto. ;Temos que nos adiantar porque os tempos do mercado não são muitas vezes os tempos da política;, disse Cristina Kirchner.
A presidente argentina afirmou que a reunião da União da Nações Sul-Americanas (Unasul), realizada nesta quinta-feira (28/7) em Lima, foi importante porque, pela primeira vez, houve um visão comum quanto aos problemas econômicos globais e seus impactos na região. De acordo com Cristina Kirchner, a reunião na capital peruana serviu para que os países membros da Unasul tivessem uma visão comum dos atuais problemas globais e de seus impactos na região em matéria de renda e de capital especulativo.
Embora o Brasil e a Argentina enfrentem problemas com a imposição de barreiras comerciais, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a parceria entre os dois países tem ;bases muito sólidas, inclusive econômicas;, e que as relações do Brasil com o país vizinho atingem uma amplitude que não ocorre com nenhum outro.
[SAIBAMAIS]Dilma disse que é importante os dois países integrarem cada vez mais os processos produtivos e minimizou problemas que surgem na relação comercial. ;Com uma integração dessa magnitude, é impossível retroceder. Diante dela, os problemas que surgem aqui e ali, e que estamos resolvendo, são de pouca monta. Nosso futuro comum passa por mais comércio, mais investimentos e maior aproximação de nossos empresários.;
Cristina Kirchner destacou que os governos argentino e brasileiro irão trabalhar para a articulação do setor privado dos dois países e que o crescimento da Argentina não deve ser visto como uma ameaça pelos empresários brasileiros. "Não pode haver incompatibilidade entre o nosso empresariado porque estamos em condições de vencer".
Essa é a primeira visita de Cristina Kirchner ao Brasil no governo da presidenta Dilma Rousseff. A Argentina foi o destino escolhido por Dilma para sua primeira viagem internacional como presidenta. Ela foi à Argentina em janeiro.