Politica

Rossi diz que Jucá tentou politizar ao denunciar irregularidades na Conab

postado em 03/08/2011 13:52
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse nesta quarta-feira (3/8) que o ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, tentou politizar as denúncias de irregularidades no órgão. Jucá Neto autorizou o pagamento irregular de R$ 8 milhões da Conab em favor de uma empresa que estaria em nome de ;laranjas;. Ele ficou apenas 15 dias no cargo.

;Ele tenta transformar um caso estritamente administrativo, em que ele foi pego numa infração gravíssima, num caso político;, disse. ;E envolve nomes de políticos importantes como se fosse uma questão política;, acrescentou. Rossi foi à Comissão de Agricultura da Câmara esclarecer denúncias feitas por Jucá Neto em entrevista à revista Veja. O ex-diretor disse que ;a Conab é pior que o Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes];, e que lhe foram oferecidas vantagens pelo ministro [Rossi] para ficar quieto [sobre irregularidades na Conab]".

[SAIBAMAIS]Oscar Jucá Neto é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O ministro disse que Jucá, apesar de ter lamentado o fato, disse que iria respeitar as decisões tomadas por Rossi. ;Romero Jucá teve uma postura absolutamente correta e íntegra;, disse. " A indicação foi do seu irmão, Romero Jucá, mas, até em respeito a esse senador, posso testemunhar, e faço com muita convicção, a lisura com que ele tratou todo o episódio", disse ao defender o líder governista.

O ministro disse que, informado da ilegalidade do ato, determinou ao presidente da Conab que suspendesse o pagamento. E obteve como resposta que a suspensão não poderia ocorrer porque o pagamento havia sido feito por meio de um depósito em juízo em benefício da empresa por causa de uma ação contra a Conab. ;O débito existia, mas a tradição na Conab é que, se vai pagar, deve-se obter o respaldo da diretoria plena;, disse.

Além da anuência da diretoria, para a Conab fazer pagamentos, segundo o ministro, é preciso o aval da Advocacia-Geral da União e da autorização do próprio ministro. ;Para pagamento, é preciso uma rubrica especial. Não tendo o dinheiro, o diretor Oscar Jucá Neto falou com os funcionários, que lembraram a ele que não poderia fazer o pagamento, que se tratava de um pagamento feito à revelia das normas e que não havia rubrica, não havia dinheiro para pagar;, explicou. ;Ele mesmo entrou no orçamento, tirou o dinheiro de uma outra rubrica. Era um dinheiro com destinação precisa, não poderia ser usado para outros pagamentos;, completou.

Na entrevista, Jucá Neto faz também referência a um terreno da Conab em Brasília, leiloado por R$ 8 milhões e que valeria muito mais. O ministro explicou que a alegação é infundada. A Caixa Econômica Federal teria avaliado o terreno, que passou por uma concorrência pública. O ministro ainda colocou à disposição dos deputados todos os documentos sobre o processo de leilão do terreno. ;Ele falou como se a diretoria da Conab tivesse vendido [o terreno] para quem quisesse. Não, as pessoas ganharam numa concorrência pública;, explicou.

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