Politica

Ministros da Agricultura e do Trabalho falarão sobre as denúncias em pastas

postado em 10/08/2011 08:25

Audiências com ministros alvejados por denúncias dominarão a pauta das comissões do Senado, hoje. O ministro Wagner Rossi será ouvido na Comissão de Agricultura. O titular do Ministério da Agricultura terá de explicar atuação do lobista Júlio Fróes na pasta. No sábado, o secretário executivo do ministério, Milton Ortolan, pediu demissão depois de denúncia da revista Veja, que descrevia a atuação do lobista no órgão, com suposta autorização do número dois na hierarquia da Agricultura. Reportagens do Correio também levarão Carlos Lupi a prestar esclarecimentos no Senado. Audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente e Assuntos Sociais foi convocada para ouvir o titular do Ministério do Trabalho.

Wagner Rossi vai se defender das acusações de loteamento do ministério e fraudes em contrataçõesO Correio mostrou esquema de desvio de recursos públicos para entidades fantasmas, contratadas para fazer capacitação profissional. A Comissão de Assuntos Sociais já havia aprovado convite para o ministro do Trabalho falar sobre políticas para o Polo Industrial de Manaus (AM), por isso, os colegiados decidiram fazer audiência conjunta. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) é o autor do requerimento de convocação de Lupi para ouvir explicações sobre os repasses irregulares a entidades de fachada.

A Comissão de Meio Ambiente do Senado também aprovou ontem requerimentos de convite aos ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e das Cidades, Mário Negromonte. Passos assumiu a pasta depois da demissão de Alfredo Nascimento, atualmente senador pelo PR do Amazonas, mas sua gestão como interino no ano passado, durante a campanha eleitoral, foi questionada por partidos não alinhados ao Planalto. A oposição solicita explicações do titular do Trabalho sobre repasses de verbas a obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Agenda paralisada
Na lista de ministros chamados para audiências no Senado também está Mário Negromonte. O ministério teria favorecido empreiteiras doadoras da campanha do seu partido, o PP, nos repasses de verbas, de acordo com denúncia da revista Istoé. A sucessão de escândalos, que atingem agora cinco ministérios, pode dificultar o trabalho dos parlamentares. Ontem, antes mesmo de a oposição conseguir fechar a série de denúncias que atingiu o Ministério dos Transportes e da Agricultura, a agenda política do Congresso foi varrida pelas prisões de envolvidos em esquema no Ministério do Turismo, que a exemplo da pasta da Agricultura é comandada pelo PMDB.

Wagner Rossi afirmou, no entanto, não acreditar que exista uma conspiração contra o PMDB. ;Tenho certeza de que não há nenhum movimento articulado, não há uma teoria conspiratória de alguém que queira derrubar este ou aquele partido.; O ministro acrescenta que, mesmo na ausência de irregularidades, a presidente Dilma Rousseff é rígida. ;Há uma tendência de que, cada vez mais, haja fiscalização pelos órgãos competentes e pela imprensa, como uma força que alerta para algumas deficiências no nosso sistema administrativo. Tudo isso gera mais informação do que no passado. A presidenta é muito severa e, embora não haja irregularidade grave em nenhum órgão do ministério, claro que mudanças para melhorar são sempre possíveis;, afirmou o ministro da Agricultura.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação