postado em 11/08/2011 07:53
Blindado por colegas de partido e aliados da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, reduziu as acusações de que um lobista despachava nas dependências do ministério a um ;descuido; de triagem na entrada privativa. ;As fotografias tiradas daquele senhor deram-me a oportunidade de verificar várias coisas que eu deveria ter feito melhor. Por exemplo, um sistema adequado de triagem para o acesso pela entrada privativa. Na verdade, nunca me preocupei com isso. Tenho uma equipe de pessoas maravilhosas que trabalham lá. Não eram pessoas voltadas para uma atitude de evitar a entrada de pessoas.;A audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado tinha o objetivo de cobrar explicações do ministro sobre denúncias contra a pasta ; como a da revista Veja que detalhou a ação do lobista Júlio Fróes no departamento de licitação e as acusações do ex-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto sobre esquema de corrupção. O depoimento de Rossi se transformou em um festival de mea-culpa. ;Não penso que eu possa ter tido nenhum grau de não ter sido perfeito. A perfeição é um objetivo que a gente deve perseguir sempre, mas é extremamente difícil de se conseguir.;
Rossi relatou que a presidente Dilma Rousseff ordenou levantamento de irregularidades na área jurídica do ministério, mas evitou que a reforma fosse chamada de faxina. ;Ela (Dilma) não falou nesses termos, mas me disse, sim, que, em função de tudo o que eu tinha relatado, queria que eu tomasse atitudes muito fortes e que fossem feitas independentemente de qualquer tipo de limitação política.;
Revanchismo
O ministro da Agricultura atribuiu a revanchismo de pessoas impedidas de aplicar golpes na pasta, as denúncias feitas contra ele. ;Eles realmente foram pegos com a boca na botija e, aí, confrontados pela Conab, foram agora para uma forra, porque iniciou-se esse denuncismo. Como eu tentei aqui demonstrar, com todos os documentos, cada caso tem uma motivação que não é a motivação real de interesse público.;
Sobre as acusações de Oscar Jucá Neto, ex-presidente da Conab e irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), Rossi disse que não o processaria, em respeito ao colega de partido. ;Tenho um respeito muito grande pelos vínculos familiares e não quero criar novos e maiores constrangimentos às pessoas que, ao lado dele, se sentirão ainda mais ameaçadas se assim outras medidas forem tomadas.;