Politica

Caixa abre investigação para apurar denúncias do Correio contra servidores

postado em 12/08/2011 16:06
A Caixa Econômica Federal abriu sindicância interna para apurar o envolvimento de dois servidores de agência do banco estatal em São Paulo com a quadrilha que fraudou convênio do Ministério do Turismo e desviou recursos públicos, como revelado pelo Correio na edição de hoje. ;A Caixa Econômica Federal informa que abriu procedimento interno de apuração para averiguar notícias veiculadas na edição desta sexta-feira do jornal Correio Braziliense, no que diz respeito à suposta conduta irregular de dois de seus empregados. A Caixa tem todo interesse na completa apuração do caso e solicitou à Polícia Federal acesso oficial ao processo;, informou a estatal em nota.

Os dois servidores da Caixa atuaram diretamente com a cúpula da ONG Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) para favorecer acesso a dados, cientes de que estavam cometendo crime de quebra de sigilo funcional, segundo as investigações da Polícia Federal. Gravações telefônicas realizadas pela PF com autorização judicial mostram os dois funcionários da CEF oferecendo dados privilegiados e passando por cima de exigências formais determinadas pelo Banco Central para atender a pedido de Katiana Necchi, filha de Maria Helena Necchi, sócia de Luiz Gustavo Machado no Ibrasi ; ele é apontado como o chefe da quadrilha.

[SAIBAMAIS]Em uma das gravações da PF, Katiana conversa por telefone com um funcionário identificado apenas como Edmilson e pede que ele mande documentos relacionados aos convênios. No telefonema, o servidor do banco faz um alerta: ;Vou te mandar um documento que você tem a obrigação de me tirar aquela parte confidencial. (;) Isso é extremamente confidencial;, frisa, no grampo feito em 2 de maio deste ano. A Polícia Federal considera que pode ter havido quebra de sigilo funcional.

No dia seguinte ; 3 de maio ;, em outra ligação, Katiana trata sobre pagamentos que ela não conseguiria fazer e pede que o servidor, chamado Rodolfo, efetive a transferência, mesmo sem a assinatura de Luiz Gustavo Machado. Como o dono do Ibrasi não estava em São Paulo, mas em Macapá, a filha de Maria Helena pede que Rodolfo faça vista grossa caso a assinatura do chefe não seja igual à arquivada na agência. O funcionário responde positivamente. ;Nem que eu peça para ele fazer a assinatura 20 vezes para ter uma parecida com a que tem aí;, disse Katiana, de acordo com o grampo. As investigações da PF mostraram que, como Luiz Gustavo estava em Macapá naquele dia, a assinatura era falsificada.

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