Igor Silveira
postado em 18/08/2011 08:13
A operação Voucher, da Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção em convênio firmado entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), continua a ter desdobramentos. Ontem, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o bloqueio dos bens, pelo período de um ano, de envolvidos no suposto desvio de dinheiro público. Entre os punidos está o ex-presidente da Embratur Mário Moysés, que também ocupou o cargo de secretário-executivo da pasta.
Caso a suspeita da PF se confirme, a quadrilha que utilizava empresas de fachada para receber pagamentos indevidos terá de devolver o dinheiro. Por isso, o ministro do TCU Augusto Nardes levou a proposta de bloqueio ao plenário da Corte, que aprovou o pedido. Além do convênio de R$ 4,4 milhões com o Ibrasi, as investigações apontam para irregularidades em outras parcerias, como uma no valor de R$ 2,75 milhões com a Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur).
Outros suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que tiveram os bens bloqueados foram a ex-diretora de qualificação do ministério Francisca Regina Magalhães Cavalcante; os empresários Luiz Gustavo Machado, José Carlos Silva Junior, Lucas Nunes de Morais, Hugo Leonardo Silva Gomes, Fabiana Lopes Freitas, Wladimir Silva Furtado, David Lorrann Silva Teixeira, Errolflynn de Souza Paixão, Merian Guedes de Oliveira, Hellen Luana Barbosa da Silva, Humberto Silva Gomes, Dalmo Antônio Tavares de Queiroz, Sandro Elias Saad e Gerusa de Almeida Saad.
Algumas das empresas citadas nas investigações, incluindo o Ibrasi e a Conectur, também tiveram bens bloqueados a pedido do ministro do TCU. O tribunal, aliás, abriu investigação ontem porque o inquérito concluído pela PF aponta dano direto ao patrimônio público. A operação Voucher, deflagrada no início deste mês, contou com a participação de mais de 200 policiais, que prenderam 36 pessoas e cumpriram mandado de busca e apreensão no Amapá, no Distrito Federal e em São Paulo. Frederico Silva da Costa, então secretário-executivo do Ministério do Turismo, estava entre os presos.