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Paulo Bernardo rebate denúncias de uso irregular de avião de empreiteira

postado em 23/08/2011 21:49
O ministro confirmou que conhece os sócios da a construtora Sanches Tripoloni, e declarou que pegou carona em muitos aviões durante suas campanhas anteriores, mas que, como ministro, costuma andar em aviões de carreiraO ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, voltou a afirmar que são falsas as denúncias de uso irregular de avião de uma empreiteira, a construtora Sanches Tripoloni. Segundo ele, tanto suas viagens quanto as de sua esposa, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foram regulares. ;Eu sou obrigado a responder sobre informações dadas em off a jornalistas, mas não há qualquer prova contra a qual eu possa argumentar;, disse.

Em audiência pública na Câmara para debater a digitalização do rádio, o ministro foi questionado por deputados da oposição sobre o assunto. Os deputados do DEM Onyx Lorenzoni (RS), Rodrigo Maia (RJ) e Pauderney Avelino (AM) relembraram as denúncias publicadas nos últimos dias pela imprensa quanto ao ministro e a doações da campanha de sua esposa.

Doações
De acordo com as denúncias, a construtora e seus sócios teriam doado mais de R$ 500 mil para a campanha de Hoffmann ao Senado, mas Paulo Bernardo afirmou que a informação tem sido usada de forma leviana, pois a empresa, de acordo com ele, fez doações para o comitê do PSDB nacional e estadual, e para diversos senadores eleitos. Ele confirmou que conhece os sócios da empresa, e declarou que pegou carona em muitos aviões durante suas campanhas anteriores, mas que, como ministro, costuma andar em aviões de carreira.

Sobre o crescimento da empresa em questão, o ministro sugeriu que os deputados da oposição fizessem uma comparação com 20 ou 30 empresas do setor de construção, e garantiu que encontrariam crescimento semelhante. ;Nós não tínhamos investimento, e as empresas cresceram junto com a decisão do governo de investir;, sustentou.

Obras do PAC
Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), disse o ministro, a liberação de recursos ficava garantida, e após a entrega de uma obra havia um prazo de 15 dias para o pagamento final das empreiteiras. ;Isso foi para resgatar a credibilidade do governo, porque as empresas antes recebiam após três ou quatro meses;, destacou.

O ministro explicou ainda que o contorno rodoviário de Maringá (PR), que tem sido citado em denúncias de favorecimento pessoal dele quando era ministro do Planejamento, foi uma emenda de todos os parlamentares do Paraná. Ele argumentou que da mesma forma que as bancadas de vários partidos procuravam o ministério para inclusões no PAC, a do Paraná pediu a inclusão dessa obra. ;Fica parecendo que foi o ministro que fez a emenda e liberou do outro lado, mas foram os parlamentares do meu estado que fizeram, e nos convenceram que a obra era importante;, afirmou.

Oposição
O deputado Pauderney Avelino não ficou satisfeito com as respostas do ministro, e disse que somente uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) poderia confrontar as versões dos envolvidos em escândalos com seus acusadores. "Acho que essas audiências estão se tornando uma espécie de palanque para os ministros virem aqui e dizerem aquilo que eles bem entenderem aquilo que lhes interessa", disse.

Os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gilmar Machado (PT-MG) chegaram a tentar impedir que o ministro fosse questionado pela oposição sobre o assunto, que não fazia parte da audiência pública, e iria tratar de rádio digital. Mas o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que o ministro responderia aos deputados, mas que gostaria de resumir o assunto a uma única resposta, uma vez que na próxima semana o ministro virá à Câmara para falar sobre as denúncias na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

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