postado em 08/09/2011 08:07
Depois de obter a concordância dos comandantes das Três Forças para criar a Comissão da Verdade, que irá investigar a tortura e o desaparecimento de pessoas durante o regime militar, o governo negocia com os partidos aliados e de oposição a possibilidade de votar já na próxima semana no plenário da Câmara. ;O projeto já recebeu o referendo dos três comandantes militares para que a comissão seja aprovada do jeito que está, sem emendas. Já conversei com 16 líderes. O clima é para votar logo;, afirmou o assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, ex-deputado que vem ajudando a negociar o texto com o Congresso e participou ontem pela primeira vez das solenidades de Sete de Setembro na Esplanada.O projeto estabelece que a Comissão Nacional da Verdade deverá ;promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior;. Sua composição, diz o texto, será de ;sete membros, designados pelo presidente da República, entre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e institucionalidade constitucional, bem como o respeito aos direitos humanos;. O prazo fixado para apuração é de dois anos.
O texto que o governo deseja votar chegou à Câmara em maio de 2010. O então presidente da Casa, Michel Temer, hoje vice-presidente da República, determinou que fosse criada uma comissão especial para analisar o projeto e, em seguida, levar ao plenário. Por causa das eleições e da polêmica em torno do projeto, a comissão especial nem chegou a ser instalada. O presidente da Câmara, Marco Maia, vai discutir a proposta na terça-feira com os líderes partidários: ;O Ministério da Defesa está se esforçando para votar a matéria, mas o que vai dizer se é possível será a reunião de líderes. Da minha parte, sou um entusiasta da ideia de colocar em votação já;, afirmou Maia.
O presidente da Câmara estava na abertura do Congresso do PT, na última sexta-feira, quando a presidente Dilma Rousseff reforçou o seu empenho em criar a Comissão Nacional da Verdade. ;Na área de direitos humanos, eu vou ser bastante firme. Eu devo isso às gerações passadas, às presentes e às futuras", afirmou a presidente naquela oportunidade. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, outro que trabalha pela pronta aprovação do texto e criação da comissão, afirmou que as negociações estão indo muito bem e está otimista sobre a reunião dos líderes na terça-feira. No fim de agosto, ele se reuniu com o PSDB, que se mostrou aberto a discutir o tema. Na próxima semana, a discussão será entre Genoino e o DEM, um dos partidos que falta para tentar amarrar a votação da proposta.
O projeto já recebeu o referendo dos três comandantes militares para que a comissão seja aprovada do jeito que está, sem emendas. Já conversei com 16 líderes. O clima é para votar logo;
José Genoino, assessor especial do Ministério da Defesa
Nos b.a.s.t.i.d.o.r.e.s
* Bailão cívico
O ;esquenta; da banda dos Dragões da Independência antes do desfile de Sete de Setembro foi uma apresentação dos principais sucessos do sertanejo universitário, passando por Gusttavo Lima, Luan Santana, Fernando e Sorocaba, e Paula Fernandes.
* Set list
O frisson causado no ano passado, quando os militares incluíram Lady Gaga entre as músicas tocadas, não se repetiu. O público lembrou o sucesso do repertório internacional e
cobrou o repertório.
* Silêncio no Twitter
;Tuiteiro; contumaz, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, passou a cerimônia teclando em seu celular. Curiosos para saber o que o ministro tanto escrevia, seus seguidores no Twitter entravam na rede, mas sua conta permaneceu sem atualização.
* Sentido
Paulo Bernardo só largou o telefone para cantar o Hino Nacional ou nos momentos em que as autoridades se preparavam para fotos oficiais.