Politica

Presidente pede mais cooperação política e econômica entre países ricos

Agência France-Presse
postado em 22/09/2011 14:05
Paris - Os países ricos atingidos pela crise, tendo à frente Estados Unidos e países da Zona Euro, precisam coordenar suas medidas econômicas e apresentar uma frente política unida, considerou nesta quinta-feira (22/9) a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em uma coluna no jornal britânico Financial Times.

"Se quiserem vencer a crise, as maiores economias do mundo precisam dar sinais claros de coesão política e de cooperação macroeconômica", escreveu Dilma, no mesmo dia em que têm início em Washington as reuniões do G20, grupo que reúne os países emergentes.

"Não haverá retorno à confiança ou crescimento sem uma maior cooperação dentro do G20", declarou Dilma.

Os países que formam o grupo chamado BRICS, considerados as maiores potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), se reunirão nesta quinta-feira (22/9) durante as assembleias do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Estes países devem discutir uma forma de ajudar a Zona Euro, que atravessa uma grave crise da dívida soberana.

O G7, que reúne os países mais ricos, não conseguiu manter a promessa de uma resposta "rápida e coordenada" no dia 9 de setembro. Os ministros das Finanças da União Europeia e dos Estados Unidos não chegaram a um acordo, no sábado na Polônia.

Uma coordenação maior é "vital para a Europa", acredita Dilma. A presidente do Brasil reiterou a posição do país sobre o mercado de câmbio, já que, segundo a posição brasileira, alguns países, principalmente os Estados Unidos, mantêm suas moedas artificialmente fracas.

[SAIBAMAIS]"As economias que emitem suas moedas das reservas (como os Estados Unidos) geram liquidez internacional sem se preocupar com o bem comum. Eles recorrem a taxas de câmbio (de suas moedas) desvalorizadas para garantir sua parte no mercado mundial" em matéria de comércio, segundo Dilma.

"Ameaçados por importantes fluxos de capitais e por uma apreciação rápida e insustentável de suas moedas, os países emergentes que possuem taxas de câmbio flutuantes, como o Brasil, são obrigados a adotar medidas para proteger suas economias", acrescentou.

"Não sucumbiremos às pressões inflacionárias vindas do exterior", afirmou a presidente. Em seu discurso de abertura da 66; Assembleia Geral da ONU, Dilma considerou que o contexto econômico mundial é "extremamente delicado".

"Ou nos unimos todos e saímos vencedores ou saímos todos derrotados", disse a presidente, no momento em que a Europa tenta evitar que alguns países entrem em default pela impossibilidade de pagar a dívida externa e os Estados Unidos registram um déficit astronômico.

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