postado em 25/09/2011 08:00
Nova York ; Paralelamente ao discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas ; que marcou a estreia da presidente Dilma Rousseff e seu estilo perante o mundo ;, a perspectiva de ação conjunta dos países sul-americanos para enfrentamento da crise mundial é citada como um dos principais saldos da viagem aos Estados Unidos. Ali, comentam os especialistas, a presidente começou a plantar uma nova forma de atuação entre os países sul-americanos e deixou alinhavada para o mês que vem uma reunião dos ministros da Fazenda dessas nações no sentido de buscar um plano comum de blindagem dos mercados locais diante da crise econômica que atinge os europeus, em especial, os gregos.Foi pensando nisso que, da quase uma centena de pedidos de audiência que recebeu, ela se fixou em conceder oito, sendo três delas a presidentes de países do continente: Sebastian Piñera, do Chile; Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Ollanta Humala, do Peru, a quem poderia perfeitamente encontrar em outras oportunidades. As demais conversas foram com o anfitrião, Barack Obama; o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; e os presidentes do México, Felipe Calderón; da França, Nicolas Sarkozy; e do Reino Unido, David Cameron ; esses dois últimos, a quem o Brasil tem buscado apoio para integrar permanentemente o Conselho de Segurança da ONU.
O motivo da deferência aos sul-americanos é aproveitar o fato de essa região ser hoje uma das alavancas do crescimento econômico mundial. Foi inclusive o mandatário colombiano que sugeriu a reunião de ministros. Dilma topou na hora. ;Nós temos hoje uma situação muito parecida com a do Brasil em termos econômicos;, comentou Juan Manuel Santos, logo na saída do encontro com Dilma, na última quarta-feira, depois da Assembleia Geral da ONU.
Resistência
A própria Dilma, na entrevista coletiva que concedeu em Nova York ; a primeira de seu mandato ;, ateve-se especialmente a falar da audiência com Santos. A ordem agora é ampliar a capacidade de resistência à crise econômica mundial, não só do Brasil, a potência do continente, mas também de seus vizinhos, e manter a onda de crescimento da região como um todo. Afinal, como a presidente fez questão de lembrar na mesma entrevista, repetindo uma frase que ouviu de uma ministra argentina, ;somos apetecibles (desejáveis);.
É nisso que a presidente trabalha dia e noite atualmente, paralelamente à continuidade da gama de programas sociais. Daí, dizem alguns de seus ministros, a falta de paciência dela para problemas que considera menor, como o não atendimento da emenda de um deputado ao Orçamento da União. Em prol dessa aproximação com os sul-americanos e de uma nova inserção do Brasil no mundo, Dilma participou de quatro reuniões, oito encontros bilaterais e dois jantares. Tudo em cinco dias. Somadas às caminhadas que pôde fazer pelas ruas da cidade, foi quase uma maratona.
Agenda internacional
Durante a viagem de cinco dias para compromissos oficiais nos Estados Unidos, Dilma se reuniu com chefes de Estado, fez discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas e ainda aproveitou o tempo livre para visitar museu, livrarias e almoçar em restaurantes nova-iorquinos sem ser perseguida pela imprensa. Confira como foram os dias da presidente nos Estados Unidos.
18/9 ; DOMINGO
; Chegada a Nova York. Visita à mostra do pintor Frans Hals no Metropolitan Museum.
19/9 ; SEGUNDA-FEIRA
; Abertura da Reunião sobre Doenças Crônicas não Transmissíveis, na sede da ONU.
; Colóquio sobre a Participação Política de Mulheres.
20/9 ; TERÇA-FEIRA
; Reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
; Cerimônia de lançamento da Parceria para Governo Aberto.
; Encontro com o presidente do México, Felipe Calderón.
; Jantar oferecido pelo Instituto Woodrow Wilson para a entrega de prêmio por serviço público a Dilma.
21/9 ; QUARTA-FEIRA
; Audiência com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
; Discurso na abertura do Debate Geral da 66; Assembleia Geral das Nações Unidas.
; Encontros bilaterais com o presidente do Chile, Sebastián Piñera; o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o presidente do Peru, Ollanta Humala; e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
; Jantar na representação permanente do Brasil na ONU.
22/9 ; QUINTA-FEIRA
; Reunião sobre segurança nuclear no plenário da Assembleia Geral da ONU.
; Volta ao Brasil.