Politica

Pesquisador defende que agricultor transforme áreas degradadas em reserva

postado em 27/09/2011 12:47
A exploração de áreas degradadas pode render ao trabalhador rural mais recursos do que a insistência em continuar com a pecuária, segundo o pesquisador da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP) Ricardo Rodrigues. Ele apresentou nesta terça-feira (27/9) aos senadores, em um debate sobre o novo Código Florestal, experiência de diversos fazendeiros paulistas e mineiros que adotam o sistema de ganho financeiro com a exploração de madeira em reserva legal, pelo manejo florestal. Segundo ele, a área degradada por pastagem soma 6,4 milhões de hectares (ha), no país. O professor defende que o agricultor transforme áreas abandonadas e degradadas de encostas e topos de morro em reserva legal. Segundo ele, os pequenos agricultores ganham, em média, R$ 180 por hectare ao ano. Com o manejo em reserva legal, o rendimento passou para R$ 770 ao ha/ano, R$ 470 oriundos de explorações e R$ 300 em rendimentos pela compensação ambiental. As reservas são feitas, geralmente, em morros e encostas, onde começam a explorar o eucalipto. Ricardo Rodrigues lembrou aos senadores das comissões de Meio Ambiente, Agricultura e da de Ciência e Tecnologia, onde a matéria tramita agora, que o parecer da Câmara e do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) não trataram dessa questão. Ele apresentou uma série de argumentos contrários à redução de áreas de proteção permanente (APP) e a necessidade de não vincular essas áreas a reservas legais. A legislação atual prevê a necessidade de se preservar 30 metros de mata ciliar a partir das margens de rios, córregos e nascentes. A proposta que tramita no Senado reduz essa área para 15 metros de largura. O pesquisador destacou que as APPs protegem as várzeas, o solo, previnem a erosão, além de abrigarem animais de cada região. Rodrigues ressaltou que a capacidade de polinização das plantas dessas matas é fundamental para a produção agrícola da maioria dos cultivares. Assim, as APPs ajudam os agricultores quando funcionam como instrumento para estimular o crescimento do plantio. O pesquisador destacou, também, que a compensação da reserva legal prioritariamente deve ocorrer em microbacias e bacias da região da propriedade. E não em outro local, como prevê o texto aprovado na Câmara. Caso não seja possível, ele defendeu que essa compensação ocorra em área degradada dentro do estado, mas alertou que nesses casos %u201Cvai ser criado problema jurídico%u201D. Já o pesquisador da Academia Brasileira de Ciências Elíbio Leopoldo Rech Filho ressaltou que o impacto ambiental causado pela agricultura e pecuária pode ser compensado pelo avanço tecnológico conquistado pelo país nos últimos anos. %u201CTemos ciência que o sistema agrícola causa impacto ambiental, mas existem tecnologias capazes de minimizar isso.%u201D

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