postado em 06/10/2011 07:55
Bastou a presidente Dilma Rousseff se ausentar do Palácio do Planalto para as ministras mais próximas se dedicarem a assuntos específicos de suas respectivas bases eleitorais. As titulares da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, encaixaram espaços em suas agendas para cuidar de temas que dizem respeito especificamente ao Paraná e a Santa Catarina, respectivos estados das ministras. Mesmo sem constar na agenda oficial de ontem, Gleisi recebeu no início da manhã o seu suplente no Senado, Sérgio Souza (PMDB-PR), e representantes de juízes federais, advogados e empresários paranaenses que fazem lobby pela criação de um Tribunal Regional Federal (TRF) em Curitiba. Na terça-feira, Ideli atendeu uma deputada estadual de Santa Catarina para discutir o funcionamento da Câmara Especial de Justiça de Chapecó, município catarinense.O presidente em exercício, o vice Michel Temer, também tem dedicado o tempo a atender o seu partido: das 15 pessoas que marcaram um encontro no gabinete de Temer, nove integram as fileiras do PMDB. Uma delas é o vice-governador do Ceará, Domingos Filho, que tem defendido que o partido não tenha candidatura própria à prefeitura de Fortaleza. Na terça-feira, Temer recebeu o deputado goiano Sandro Mabel, que deixa o PR para se filiar ao PMDB.
Com a presença de Dilma no Planalto, o trabalho de Gleisi e Ideli fica atrelado à rotina da presidente. Os gabinetes das duas ficam no 4; andar do Planalto, um acima do gabinete presidencial. Resta pouco espaço para atender os interesses das bases eleitorais, como mostram as agendas oficiais disponíveis nos sites da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais. O maior engessamento ocorre com Gleisi: Dilma deixou claro à ministra que sua atuação deve estar voltada à sociedade, e não ao Parlamento, atribuição designada a Ideli.
A interlocução no Senado é feita pelo próprio suplente, Sérgio Souza, que assumiu o cargo em junho. Na manhã de ontem, o senador e lideranças da Justiça paranaense pediram a Gleisi que interceda pela aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) número 544 de 2002, que cria quatro TRFs, um deles em Curitiba. Já a deputada estadual Luciane Carminatti (PT-SC) se encontrou com Ideli para pedir ;apoio político; no Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se a Câmara Especial de Justiça de Chapecó poderá continuar atuando.
A assessoria de imprensa de Gleisi afirma que não inclui na agenda oficial os encontros com deputados e senadores, pois muitos são desmarcados. Já a assessoria de Ideli diz que a ministra recebe ;parlamentares de todos os lugares;.