Politica

PSDB usa programa partidário para testar fórmula de aproximação com eleitor

postado em 13/10/2011 07:27

De olho nas eleições de 2012, o PSDB vai usar o programa partidário de hoje para começar a desenhar uma nova fórmula de reaproximação com o eleitor. Saem os governadores, sempre prestigiados nos programas anteriores, e entram jovens, mulheres e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como marca registrada do partido. Estão previstas também falas do senador Aécio Neves (MG), que já se apresentou como pré-candidato a presidente em 2014, e do ex-governador de São Paulo José Serra, que empunhou a bandeira tucana na última sucessão presidencial. As aparições, entretanto, não serão o ponto principal do programa. ;Nós vamos reestruturar o partido no sentido de reaproximá-lo da sociedade e das suas bandeiras. Esse é o objetivo;, comenta o presidente da legenda, Sérgio Guerra, sacando da manga projetos como o braço sindical do partido, a secretaria das mulheres e uma aproximação maior com a juventude e as minorias.

Diante dessas metas, avaliaram os tucanos em conversas recentes, não haveria espaço para o desfile dos administradores estaduais. A ideia é valorizar o legado de Fernando Henrique Cardoso e, com isso, tentar resgatar o que eles consideram os pontos positivos dos oito anos em que o PSDB administrou o Brasil. A ordem é mostrar que Fernando Henrique não apenas criou o real como preparou o terreno para quase todas as realizações do governo Lula.

Será lembrado, por exemplo, que o governo do PSDB foi responsável pelos programas de transferência de renda ; Bolsa Escola, Bolsa Nutrição, Vale-Gás ; que, segundo a visão do partido, Lula apenas agrupou sob o nome Bolsa Família. Também será dito que, naquele período, surgiu o programa responsável por fortalecer o sistema bancário, protegendo-o a longo prazo da quebradeira. A Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede os governantes de comprometerem os recursos de administrações futuras, também será citada.

Pesquisa
Esses temas foram objeto de reuniões do partido nas últimas semanas. Nesses encontros, os tucanos avaliaram a pesquisa que refez uma radiografia do pensamento médio do brasileiro em relação ao PSDB. Ali, os tucanos descobriram que, ao longo das últimas eleições, ninguém cuidou de resgatar o governo Fernando Henrique. Nem Serra, em 2002 e 2010, nem Geraldo Alckmin, em 2006. Agora, para 2014, o PSDB pretende se recolocar na história de forma positiva e começar a organizar o futuro em busca de uma chance frente ao favoritismo do governo petista.

Uma das reclamações do eleitor que a pesquisa aponta é a briga interna do PSDB. Essa, porém, o programa de hoje não resolverá. Aécio Neves, que já se apresentou como candidato, não tem o apoio de José Serra. O paulista não se colocou para disputa, mas tampouco disse que está fora. Nos últimos dias, entretanto, a queda de braço velada foi substituída por uma trégua em torno do programa e da largada para as eleições de 2012. No quesito São Paulo, a avaliação foi a de que a recente filiação de Henrique Meirelles ao PSD não representa perigo, uma vez que o ex-presidente do Banco Central não é do ramo da política e, ainda que seja candidato, não terá tempo de tevê. A aposta é de que o maior concorrente, ainda que Gabriel Chalita seja candidato pelo PMDB, será mesmo o PT.

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