postado em 19/10/2011 15:28
O Policial Militar João Dias Ferreira, autor de denúncias de suposto esquema de corrupção no ministério do Esporte envolvendo o titular da pasta, Orlando Silva, chegou à superientência da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento sobre as denúncias feitas à revista Veja deste fim de semana. Ele chegou às 15h desta quarta-feira (19) acompanhado de um advogado. Na entrada, João Dias Ferreira disse rapidamente aos jornalistas que vai reafirmar para a polícia, todas as denúncias já divulgadas na imprensa. Ele também afirmou que a justiça autorizou a Polícia Federal a ter acesso às buscas e apreenções feitas pela Polícia Civil do DF durante a operação Shaolin, deflagrada no início de 2010, e que nesse material teriam duas provas cabais que confirmam tudo que ele falou sobre o minitro.
O depoimento estava marcado para ontem, mas foi desmarcado pelo policial que alegou ter passado mal.
Filiado ao PCdoB, mesmo partido do ministro, o policial militar e professor de artes marciais é responsável pela Federação Brasiliense de Kung Fu e pela Associação João Dias de Kung Fu, organizações não governamentais (ONGs) com as quais o ministério firmou dois convênios, em 2005 e 2006, para que crianças e jovens em situação de risco fossem atendidos pelo Programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.
Segundo Ferreira, o ministro comandaria um esquema de desvio de parte do dinheiro que o ministério repassava a entidades conveniadas ao programa federal. Ferreira e um de seus funcionários, Célio Soares Pereira, garantem que Silva recebeu pessoalmente, na garagem do ministério, parte do dinheiro obtido com o esquema. O ministro nega as acusações.
Dono de várias academias no Distrito Federal, Ferreira é apontado pelo Ministério do Esporte como o responsável por desviar cerca de R$ 2 milhões que suas ONGs deveriam ter usado para comprar material esportivo e alimentos para crianças carentes assistidas pelo Programa Segundo Tempo. O soldado da Polícia Militar chegou a ser preso no ano passado e responde a um processo judicial. O ministério confirma que está exigindo, na Justiça, que as entidades dirigidas pelo policial devolvam R$ 3,6 milhões aos cofres públicos.
* Com Agência Brasil