postado em 27/10/2011 07:21
A pré-estreia do documentário Tancredo, a travessia foi realizada ontem, em Brasília, com a presença de diversos políticos, e representantes dos Três Poderes, inclusive o neto Aécio Neves, senador pelo PSDB de Minas Gerais. O filme, dirigido pelo cineasta Silvio Tendler, relata a trajetória do ex-governador mineiro, mostrando fatos marcantes, como a morte de Getúlio Vargas, de quem foi primeiro-ministro. Tancredo Neves foi eleito presidente por via indireta em 1985, mas não chegou a assumir o posto por problemas de saúde que o levaram à morte. A obra tem narrativas de políticos de vários partidos, além de personagens que conviveram com Tancredo.
Os depoimentos incluem personalidades como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve contato direto com o ex-governador de Minas Gerais. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também aparece no filme e conta como foi sua convivência com Tancredo, de quem foi vice de chapa. Com a morte do titular, Sarney assumiu a Presidência da República.
Os momentos mais emocionantes do filme de Tendler são apresentados logo no início. Fatos como o anúncio da morte do político mineiro, os comícios na campanha Diretas já e a manifestação pela redemocratização do país são retratados no começo da película, assim como a comoção popular durante o enterro do ex-governador.
O filme já teve uma primeira pré-estreia, que ocorreu em São Paulo, na noite de terça-feira, e contou com a presença de pessoas e políticos que tiveram relação próxima com Tancredo em algum momento de sua trajetória, como a cantora Fafá de Belém ; que se notabilizou na época da redemocratização cantando o Hino Nacional nos comícios das Diretas já. Tanto que as primeiras cenas mostradas no filme têm como música de fundo a interpretação do Hino pela artista paraense.
Na ocasião da pré-estreia, com exceção de FHC, os principais líderes tucanos estavam na plateia ; como o governador Geraldo Alckmin e o ex-candidato à Presidência da República pelo PSDB no ano passado, José Serra, além do senador Aécio Neves, que foi secretário do avô na juventude.
Homem público
Um dos primeiros a chegar ao shopping onde foi realizada a pré-estreia de ontem, Aécio disse que Tancredo ;era um homem público na medida mais exata da palavra. Sem radicalismos, ele foi um exemplo da vida política brasileira;. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), de quem Tancredo era muito amigo, lembra com carinho do colega. ;Ele era um homem do diálogo e da tolerância. Tinha um círculo amplo de amizades. Por isso era conciliador.;
O documentário de Tendler, que foi produzido pelo jornalista Roberto D;Ávila, começou a ser feito há 26 anos, quando o ex-presidente morreu. As primeiras imagens da obra foram captadas em película e são apresentadas em preto e branco. Outros registros antigos incluem uma reunião de Vargas com seu primeiro escalão no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, antes de seu suicídio.
Tancredo, a travessia não teve financiamento público e o custo de R$ 1,5 milhão foi bancado por empresas particulares. Segundo D;Ávila, devido ao tema escolhido, a captação de recursos do governo ;não seria ideal;. O jornalista ressaltou que o fato de retratar um político famoso poderia rotular a produção como ;privilegiada;.