postado em 27/10/2011 07:44
Quem passasse ontem pela festa de apresentação do recém-nascido PSD, no Senado, poderia pensar que se tratava de uma corriqueira sessão do plenário: um a um, os partidos da base aliada ; e até alguns da oposição, como o PSDB e o PPS ; estavam ali para prestigiar e afagar a nova sigla, dona da terceira maior bancada da Câmara de Deputados. O partido chega ao Congresso com 48 deputados ; ou 55, se levados em conta os sete licenciados ; e dois senadores. Mas, além da vantagem numérica, foram as alianças potenciais que ilustraram o poder de fogo do partido idealizado e presidido pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. No topo da lista, o PSB.
Tanto que o primeiro a discursar no evento foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), saudado por Kassab como o ;grande incentivador; da nova legenda. Entre declarações de estima e apoio, o governador se apressou em declarar seu partido como um aliado preferencial do PSD nas eleições municipais do próximo ano. ;PSB e PSD vão estar juntos em muitas lutas agora em 2012. Onde um não puder ter candidato, vamos fazer todo o esforço para estarmos juntos, para que cresçamos juntos;, disse Campos. Principal padrinho político do PSD em Pernambuco, o governador articulou adesões à nova legenda e chegou a ensaiar a formação de um bloco partidário entre as duas.
Filiação
A lista de convidados de outros partidos a entoar louvores ao PSD foi longa. O mais entusiasmado, no entanto, foi o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que afirmou se identificar com o partido de Kassab e, em tom de brincadeira, disse ter sentido uma ;coceirinha na mão; ao avistar a pilha de fichas para filiação ao novo partido. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), também elogiou a nova legenda. ;Hegemonias não ajudam a democracia. Precisamos de novos partidos;, disse. O presidente do PT, Rui Falcão, também indicou que a legenda terá diálogo fácil com o Planalto. ;O PSD vem não para se alinhar automaticamente, mas para apoiar as causas do governo em favor do povo brasileiro;, disse.
Nascido como uma costela do DEM, foi justamente da sigla que o PSD mais tirou deputados: 19. Em seguida estão PSB, PPS e PP, que perderam quatro cada. Nem o PT, maior partido da Câmara com 84 parlamentares, escapou de perder um dos seus. O deputado catarinense Jorge Boeira, petista desde 2001, anunciou sua saída alegando interesses políticos e eleitorais. Boeira acusou o PT de impedi-lo de votar de acordo com suas convicções, em temas como a reforma política e a legalização do aborto.
;Fiz tudo que era possível para não ter que sair. Fiquei durante dez anos tentando construir uma forma de ser visto como uma pessoa de confiança do partido. Não consegui e estendi a toalha. O PT nunca me viu como um petista;, criticou Boeira. Como pano de fundo para a troca, no entanto, está o interesse do deputado em se aproximar do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, também fundador do PSD.
A força da legenda
150 mil filiados
2 governadores
6 vice-governadores
2 senadores
55 deputados federais
102 deputados estaduais
Origem partidária dos deputados
DEM - 19
PP - 4
PPS - 4
PR - 4
PMDB - 3
PMN - 3
PSC - 3
PDT - 3
PSDB - 3
PTB - 2
PV - 2
PRB - 1
PHS - 1
PT - 1
PSL - 1
PCdoB - 1