Paulo de Tarso Lyra
postado em 10/11/2011 08:08
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o titular da Educação, Fernando Haddad, dividiram as tarefas políticas para pavimentar a candidatura do ministro à prefeitura de São Paulo. Lula vai conversar com o vice-presidente Michel Temer para negociar a desistência do peemedebista Gabriel Chalita. Já Haddad iniciou, desde o fim de semana passado, as conversas com os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini, para que eles desistam de disputar as prévias internas. Essa tarefa tem outra missão embutida: treinar Haddad, neófito em disputas políticas, na arte de angariar apoios e fechar alianças.Haddad é criticado internamente por, ao longo dos últimos anos, ter deixado de lado a vida partidária em prol da carreira acadêmica e da função de ministro da Educação. Ao ser escolhido por Lula como candidato do PT à prefeitura de São Paulo, teve que aprender a negociar. ;Ele não tem embocadura. Precisa especializar-se nisso;, disse Tatto.
Tanto Zarattini quanto Jilmar Tatto têm reuniões previstas para hoje, com os respectivos aliados, para avaliar o quadro. Ambos lamentaram que a ex-senadora Marta Suplicy tenha desistido das prévias somente agora, a menos de 20 dias do evento. ;Ficou muito em cima para reforçar o debate em relação às nossas diferenças políticas;, disse Tatto.
Os aliados de Tatto devem estender o convite a Haddad para participar do encontro. Já Zarattini não pretende agir da mesma maneira. ;Precisamos de privacidade para discutir a nossa situação política. Se ele (Haddad) estiver presente, será constrangedor;, alegou Zarattini.
Aliados do ministro da Educação esperam que os dois parlamentares desistam da disputa interna e apoiem o candidato preferido de Lula. Sinalizam que as propostas de ambos podem ser incorporadas no programa de campanha e de governo e que, tanto Zarattini quanto Tatto serão incorporados à coordenação política da campanha. Os dois esperam mais. ;Quem coordena as campanhas é o partido, não o candidato;, disse Zarattini. ;Eu e Marta somos os únicos que temos base social no PT. Haddad não tem;, completou Tatto.