Paulo de Tarso Lyra
postado em 15/11/2011 08:13
O efeito Gabriel Chalita (PMDB) nas eleições paulistanas ainda não foi suficientemente mensurado nas pesquisas, mas já acende o sinal de alerta no PT. A rapidez com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca um acordo com o PMDB embute uma preocupação concreta: se Chalita consolidar de fato seu nome na disputa e conseguir chegar ao segundo turno contra o ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), a vitória petista estará seriamente ameaçada.A análise é feita por integrantes da cúpula petista. Chalita tem um ótimo trânsito com tucanos e pessedistas ; ele foi secretário de Educação do atual governador, Geraldo Alckmin, e, politicamente, os dois nunca se afastaram completamente. Se o candidato peemedebista disputar o segundo turno contra Haddad, a tendência é que o tucanato o apoie, até mesmo para manter o PT longe da prefeitura de São Paulo.
Além disso, o candidato do vice-presidente Michel Temer tem bom trânsito com setores importantes da Igreja Católica, por ser uma voz representantiva na emissora Canção Nova. O PT, tradicionalmente, tem uma base eleitoral forte entre os católicos, especialmente nas comunidades eclesiais de base. ;Com o apoio dos tucanos e da Igreja a Chalita, a nossa candidatura enfrentará uma desidratação e um ataque considerável;, confirmou ao Correio um cardeal petista.
Temer voltou a rechaçar ontem qualquer conversa com o PT que viabilize uma retirada da candidatura de Chalita. ;É o momento de o PMDB lançar um nome novo na política e fortalecer a legenda não apenas na capital, mas em outros estados e lançar as bases para um voo solo em 2014;, disse o vice-presidente, em conversa reservada com interlocutores.
Outros rivais
Além da questão de Chalita, entre os cenários avaliados pelo PT, o partido acredita que o adversário mais provável virá do campo político que controla a máquina pública, tanto no estado quanto na capital ; PSDB e PSD, respectivamente. A aliança entre as duas legendas é natural, mas não está sacramentada ainda. Até o momento, os tucanos caminham para a realização de prévias internas, com quatro pré-candidatos: Bruno Covas, José Aníbal, Andrea Matarazzo e Ricardo Trípoli.
O PSD de Gilberto Kassab ainda não definiu quais serão seus passos. Uma opção é a candidatura do atual vice-governador, Guilherme Afif Domingos. Kassab ainda guarda uma carta na manga: ele filiou, de última hora, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e ainda não revelou qual será a missão destinada a ele nas eleições municipais de 2012.
Segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), tucanos e pessedistas estarão juntos no ano que vem se o candidato for José Serra. ;Só Serra e Marta são hegemônicos. Todos os demais nomes precisam ganhar musculatura para se viabilizar eleitoralmente;, afirmou o tucano.