postado em 18/11/2011 07:58
O PDT não consegue mais esconder as fraturas que a crise que atinge o Ministério do Trabalho provocou na cúpula do partido. A audiência de ontem na Comissão de Assuntos Sociais do Senado realçou o racha entre representantes estaduais da sigla. Enquanto o líder do partido na Casa, Acir Gurgacz (RO), se esforçou para tentar defender o ministro Carlos Lupi das acusações que pesam sobre ele e a gestão da pasta, seus correligionários no Senado ignoraram o posto de liderança do parlamentar de Rondônia e aproveitaram a sessão para pedir a saída do titular do Trabalho. Além do ministério, provoca a cobiça dos pedetistas a possibilidade da vacância da presidência do partido. Antes mesmo de Lupi deixar a pasta, uma lista de sucessores se movimenta politicamente para ocupar o cargo. Os nomes vêm do Ceará, com o presidente em exercício, deputado André Figueiredo, do Rio de Janeiro, com o deputado Brizola Neto, e do Rio Grande do Sul, com o deputado Vieira Cunha. Maranhão e Distrito Federal também avançam para aproveitar o momento de fragilidade de Lupi, presidente de honra da sigla, e ampliar a participação dos diretórios.
Em São Paulo, o deputado João Dado ganha o apoio do líder sindical Paulinho da Força (PDT-SP) para substituir Lupi no ministério. Paulinho tem sido um dos poucos defensores do ministro em declarações públicas, mas nos bastidores articula para emplacar o aliado na pasta. O suposto fogo amigo vindo de Ezequiel Nascimento, ex-dirigente e ex-secretário de Políticas Públicas de Trabalho, também contribuiu para o clima de ;salve-se quem puder; instalado no partido. Reportagem da revista Veja apontou que Ezequiel foi o responsável por confirmar que Lupi viajou no avião particular.
Balanço
Com o vácuo de poder na cúpula do partido, declarações de correligionários do ministro defendendo a saída e fazendo críticas ao colega se multiplicam mais rápido do que manifestações de apoio. Mas de todas, a que mais chateou Lupi [SAIBAMAIS]foi a fala de André Figueiredo, sugerindo sua saída. O deputado tenta se cacifar para herdar o ministério, mas tem dificuldade em superar o ranço do partido em indicar nomes fora do eixo Rio de Janeiro;Rio Grande do Sul, estados que produziram os nomes mais fortes da legenda.
Ontem (17), Figueiredo e senadores do PDT se reuniram e transformaram a reunião da executiva prevista para sábado em um ;petit comitê; em um hotel de Brasília. Na pauta do encontro, o balanço do depoimento de Lupi no Senado. O ministro não cumpriu o prometido de apresentar documentos provando sua inocência e apesar das contradições do depoimento, manteve estável seu quadro de desidratação política.