Juliana Braga
postado em 22/11/2011 07:50
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou ontem que, mesmo que o PDT deixe a pasta, o partido continuará a integrar a base aliada do governo Dilma Rousseff. Hoje, os integrantes da Executiva Nacional da legenda se reúnem com os diretores regionais e com as bancadas da Câmara e do Senado para decidir se Lupi deve continuar no cargo. Apesar de ter o apoio do secretário-geral do partido, o destino do ministro ainda é incerto.
O PDT avaliará três possibilidades. Será considerada a permanência de Lupi, mas, caso a maioria decida que ele deve sair, o partido analisará se indica outro integrante do PDT ou se entrega a pasta. Em todo caso, a avaliação é que a decisão tomada não comprometerá o apoio ao governo. ;Nós sobrevivemos desde a criação do partido, em 1979, até 2007 sem ter nenhum ministério em governo nenhum. Então, nós temos liberdade de apoiar o governo da presidente Dilma, mesmo se for a decisão da maioria do partido deixar o Ministério do Trabalho;, disse o deputado Paulo Rubens Santiago (PE).
;Nada mudou;
Parlamentares evitam antecipar o que sairá da reunião, mas afirmam que nada mudou desde que apareceram as primeiras denúncias de corrupção na pasta. O senador Pedro Taques (MT), um dos que defenderam a investigação das denúncias pela Procuradoria-Geral da República, não quis adiantar sua expectativa. ;Não quero antecipar. Quero debater isso com o partido e a bancada na reunião;, disse. Ele admite, entretanto, que a calmaria do último fim de semana não muda o cenário. ;Minha impressão é de que não se alterou nada de lá para cá;, comentou.
Lupi conta com o apoio do secretário-geral do PDT, Manoel Dias. ;Na verdade, não há nenhuma denúncia contra o ministro, são alegações sem cara, avulsas. Procuraram, por meio de notícias falsas, criar um fato que não existiu em concreto;, sustenta. Ele avalia que a presidente Dilma Rousseff pensa de forma semelhante. ;Ela considera que o ministro está garantido e nada do que foi dito até agora representa nenhum comprometimento na gestão do seu governo;, afirma. Manoel Dias negou que haja discordância no partido em relação à permanência de Lupi. ;A bancada tem pensamento idêntico. Ela pode divergir de métodos, de meios, mas a decisão é unânime do partido. O partido está unido, unificado em torno do ministro Lupi.;
Em evento no Rio de Janeiro, o ministro se disse ;preparado para a luta; e se mostrou otimista em relação à reunião hoje. ;O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidente Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo;, afirmou.