postado em 01/12/2011 08:33
A presidente Dilma Rousseff começou a trabalhar a reforma de sua equipe pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). No próximo dia 11, quando vence o mandato do atual diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, do PCdoB, a presidente planeja nomear a engenheira civil Magda Chambriard, 54 anos, que já integra a diretoria. Com isso, a disputa nos bastidores se dá em torno da vaga aberta com a saída de Haroldo Lima. Pelo menos três nomes estão cotados, um deles com as bênçãos da Petrobras, o que pode ser um problema, dado que uma agência que tem a missão de fiscalizar as empresas não pode dever favores a elas.A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Forster, próxima à presidente Dilma Rousseff, atua pela nomeação de Mauricio Tolmasquim, ex-diretor de Empresa de Pesquisa Energética. Ele já trabalhou com a presidente Dilma Rousseff. O PMDB tem outros dois nomes: Dirceu Amorelli, superintendente de Abastecimento da ANP, que conta com o apoio do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Lobão tenta aos poucos angariar espaço. Em 2008, emplacou Alan Kardec, professor da Universidade do Maranhão, no quadro de diretores. Agora, há quem dia que ele gostaria de fazer de Kardec o diretor-geral, mas, dada a preferência de Dilma por Magda, o ministro espera indicar o novo nome para compor o colegiado. Enquanto isso, o engenheiro Fernando Câmara tem a simpatia do vice-presidente da República, Michel Temer; do presidente em exercício do partido, senador Valdir Raupp (PMDB-RO); da vice-presidente da Câmara, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES); e dos líderes do partido.
;Quinto escalão;
Com a proximidade da data de troca de comando na ANP, os diretores decidiram se preservar. Nenhum deles compareceu às audiências públicas na Câmara e no Senado esta semana para explicar aos parlamentares as ações da agência a respeito do vazamento de óleo da Chevron na Bacia de Campos. Preferiram enviar assessores. Magda, por exemplo, é oriunda da Petrobras, onde trabalhou por 22 anos. É especialista em engenharia de reservatórios e avaliação de formações. Os parlamentares reclamaram. ;Mandaram aqui o quinto escalão. Cadê as pessoas que têm poder de decisão?;, reclamou o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
A direção da agência é considerada estratégica nos próximos anos por conta do pré-sal e do crescimento da exploração de gás natural no país. Mas, depois do acidente da Chevron, a presidente deseja alguém mais comprometido com a área de fiscalização para compor o colegiado da ANP. Quem estiver mais próximo desse perfil, dizem assessores do Planalto, certamente terá mais chances de conquistar a simpatia que mais conta: a de Dilma Rousseff.