Estado de Minas
postado em 10/12/2011 10:17
O ministro do Desenvolvimento e Indústria, Fernando Pimentel, disse ontem, em Buenos Aires, que está tranquilo com relação às denúncias feitas contra ele sobre tráfico de influências. Pimentel afirmou que, em reunião com a presidente Dilma Rousseff, na terça-feira, havia dado as explicações necessárias e que considera o episódio "superado". "Estou tranquilíssimo", afirmou.Garantiu ainda que se o Congresso o convocar para dar explicações, ele irá, pois considera uma obrigação de ministro. Na quarta-feira, porém, a base aliada conseguiu rejeitar um requerimento de convocação do ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.
Ex-prefeito de Belo Horizonte, Pimentel tem sido alvo de reportagens que associam seus negócios como consultor, antes da campanha de 2010, a empresas ligadas à prefeitura da cidade. Em mensagem publicada no seu site ontem, Pimentel reafirma que exerceu o serviço de consultoria no período em que não ocupava cargo público, entre 2009 e 2010, e diz que forneceu à imprensa todos os documentos que compravam a legalidade do negócio. Segundo afirma, a empresa não manteve, nestes dois anos, qualquer contrato com os governos municipal, estadual ou federal e o seu faturamento líquido (descontado os impostos) foi de R$ 1,3 milhão. "É preciso cautela para que o jogo político não termine por contaminar o livre exercício de um direito. Para que esse direito não seja usado para atingir biografias respeitáveis", diz Pimentel no texto.
Amigos tucanos Pimentel recebeu apoio do governador Antonio Anastasia (PSDB), ontem, no Rio de Janeiro. "Pelas informações que tenho, mantenho muita confiança no ministro Pimentel, que, além de tudo, é mineiro e um amigo", disse Anastasia, logo após concluir uma palestra sobre a internacionalização de Minas Gerais, em evento realizado na Associação Comercial do Rio. "Mas essa questão de ministro de Estado, a competência é exclusiva da presidente da República", lembrou. E argumentou que lugar de fazer oposição é no Congresso: "Os governadores decidiram em Maceió, no ano passado, que as questões políticas de oposição sejam feitas pelo parlamento, e não pelos governadores", disse.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) chamou de "balela" a disposição da presidente Dilma de investigar irregularidades no governo, mas poupou Pimentel. "Fazer uma consultoria, por si, não é crime. Vai caber a ele ter a capacidade de esclarecer, temos de dar a ele esse crédito para esclarecer", defendeu Aécio, que chamou Pimentel de ;parceiro importante;,durante entrevista em Salvador.