postado em 11/12/2011 08:00
Os eleitores paraenses vão às urnas hoje para decidir se o estado terá ou não o território desmembrado em três partes para a criação de Carajás e Tapajós. A tendência, conforme revelam as pesquisas mais recentes, é de que a divisão do Pará seja rejeitada. Conforme revelou o Correio, em setembro, o plebiscito custará R$ 24 milhões e será, proporcionalmente, a votação mais cara da história do Brasil. O Pará tem 4,8 milhões de eleitores.
A campanha contrária à divisão foi marcada pelo apoio de celebridades, como o jogador Paulo Henrique Ganso, do Santos, e a cantora Fafá de Belém. De outro lado, o destaque foi o marqueteiro baiano Duda Mendonça, que tentou convencer os paraenses sobre os benefícios do desmembramento, a partir de números que apontam mais recursos e mais desenvolvimento para as três regiões. O discurso, porém, parece não ter convencido o eleitorado da capital Belém e de municípios vizinhos, onde estão concentrados mais de 60% dos paraenses.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira, mostra que 64% dos eleitores são contrários à criação de Tapajós, enquanto 65% rejeitam o novo estado de Carajás. O instituto ouviu 1.213 eleitores em 53 municípios nos dias 6, 7 e 8 e registrou a pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 56.641/2011.
Embora a diferença pareça irreversível, as frentes separatistas ainda não jogaram a toalha. O deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA), que lidera o movimento pela separação de Carajás, disse acreditar em uma grande surpresa ao fim da apuração, que deverá ter o resultado divulgado no começo da noite. ;Eu já vi as pesquisas errarem muito. Temos sim a expectativa de vitória;, afirmou.
Os defensores da divisão do Pará apostam na possibilidade de haver um elevado índice de abstenção na área do que será o Pará remanescente. No entanto, assim como nas demais eleições, o comparecimento é obrigatório para todos os eleitores. Os que não puderem votar ficarão obrigados a justificar a ausência.
Justificativa
O eleitor terá que responder a duas perguntas. Uma em relação à criação de Carajás e outra sobre Tapajós. As respostas são independentes. Por isso, em tese, existe a possibilidade de apenas um novo estado ser criado.
O resultado será encaminhado ao Congresso Nacional, a quem caberá a decisão final. No caso de o plebiscito terminar com maioria contrária à divisão, o processo será encerrado pelo Congresso e a discussão acaba.
O eleitor paraense poderá justificar o voto somente a partir de amanhã, uma vez que a Justiça Eleitoral não montou postos de atendimento.