postado em 06/01/2012 08:04
Em meio à crise envolvendo o Ministério da Integração Nacional e a concentração dos recursos voltados para a prevenção de desastres naturais destinados a Pernambuco, estado do ministro Fernando Bezerra, o governo decidiu ontem liberar um crédito de R$ 482 milhões para obras de prevenção e defesa civil. Os recursos serão divididos entre as pastas de Ciência e Tecnologia; Defesa; e Integração Nacional. Mas o maior beneficiário será o ministério comandado por Bezerra. A pasta receberá R$ 443,9 milhões ; ou 91,93% dos recursos liberados pelo governo. Desse total, R$ 304 milhões serão aplicados em ações de defesa civil e R$ 139,9 milhões em obras preventivas de desastres.
O Ministério de Ciência e Tecnologia terá R$ 6 milhões em recursos para a implantação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais. A Defesa contará com um aporte de R$ 32,9 milhões para ações de defesa civil. De acordo com o diretor do Departamento de Articulação e Gestão da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Cristiano Heckert, os recursos estavam previstos na medida provisória n; 553, editada em dezembro do ano passado. ;O governo se antecipou na programação de recursos já prevendo a necessidade de atendimento da população atingida pelas enchentes, muito comuns nos meses de janeiro e fevereiro;, disse Heckert.
Com o ano fiscal de 2011 já encerrado, o governo precisou reabrir o crédito extraordinário previsto na MP. A liberação dos recursos busca atender as localidades com ocorrências mais graves de enchentes neste início de ano. As inundações já atingiram 66 municípios só no estado de Minas Gerais, seis no Rio de Janeiro e quatro no Espírito Santo.
As denúncias de favorecimento político na pasta envolvendo Pernambuco, governado por Eduardo Campos (PSB), colega de partido de Fernando Bezerra, anteciparam o fim das férias da presidente Dilma Rousseff, que descansava desde o fim de 2011 na Base Naval de Aratu (BA). O estado foi favorecido com 90% dos recursos da pasta voltados para a prevenção de desastres, apesar de não ter nenhum de seus municípios incluídos na lista de 56 cidades consideradas prioritárias pelo próprio ministério nas ações de prevenção, recuperação e monitoramento de tragédias naturais.