Politica

Grupo de peemedebistas acusa o líder Renan Calheiros de autoritarismo

postado em 08/01/2012 08:08
Inconformados por não participarem das principais decisões políticas orquestradas pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), integrantes do grupo dos descontentes ; também conhecido como G-8 ; tentam limitar o poder de manobra do colega na Casa. O movimento daqueles que cobram maior democracia na bancada começou a ganhar forma na última semana de atividades do Congresso, antes do recesso legislativo, em dezembro do ano passado.

Após reunião de bancada feita no gabinete do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que contou com a presença do líder, ficou decidido que, a partir de fevereiro, todas as decisões tomadas por Renan deverão passar por uma votação prévia. Entram na lista de reivindicação dos insatisfeitos questões como a escolha dos indicados para as comissões temáticas da Casa ou as relatorias de projetos de interesse dos senadores. ;A forma colegiada divide a responsabilidade, estimulando o debate dentro do partido, e amplia a democracia interna, que não estava havendo;, explicou ao Correio o senador Ricardo Ferraço (ES).

O movimento contra Renan se consolidou antes do recesso parlamentar

O estopim do racha entre os grupos veio à tona logo após Renan indicar para a segunda-vice presidência do Senado o colega Waldemir Moka (MS). O peemedebista assumiu a cadeira no lugar de Wilson Santiago (PB), que deixou o posto de senador após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que a vaga era de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), barrado inicialmente pela Lei da Ficha Limpa. No entendimento do Supremo, as regras de inelegibilidade previstas na lei não valem para o último pleito, realizado em outubro de 2010.

Na análise de alguns integrantes do grupo de insatisfeitos, o convite de Renan a Moka foi estratégico, uma vez que o colega também era considerado, até então, integrante da banda dos descontentes. ;O problema não foi a indicação do Moka em si, que é uma pessoa admirável e reúne capacidades para o posto. O problema é que ficamos sabendo da indicação pelos jornais;, queixou-se Ricardo Ferraço. ;Não acho que indicar seja alguma forma de crime, mas não vamos mais aceitar essa ideia de uma indicação da qual não fazemos parte;, endossou Roberto Requião (PMDB-PR).

Reforço
Apesar da tentativa de diluir o poder de Renan, o senador terá o apoio reforçado, com a chegada de Jader Barbalho (PA). Jader tomou posse no mês passado, em pleno período de férias. O paraense assumiu o posto no lugar de Marinor Brito (PSol-PA). Assim como Cássio Cunha Lima, o político paraense foi beneficiado pela decisão do STF sobre a Lei da Ficha Limpa.

Embora seja considerado de perfil independente, Jader chega para somar ao grupo comandado por Sarney e Renan. Antes mesmo de tomar posse, ele já transitava ao lado dos dois caciques do PMDB nas celebrações de fim de ano em Brasília.

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