Politica

Políticos querem regulamentar MMA para que luta tenha acesso a incentivos

postado em 16/01/2012 08:00


Habituado com a adrenalina dos campeonatos de luta que costuma acompanhar por todo o país, o senador Magno Malta (PR-ES) assistiu à chegada do meio-médio Paulo Thiago ao octógono da primeira edição do UFC Rio, em agosto do ano passado, ao lado do empresário Dana White. Na ocasião, o todo-poderoso do Ultimate Fighting Championship (UFC) se desdobrava em atenções com um seleto grupo de celebridades e políticos que conseguiu atrair para o evento com muita habilidade social e envelopes de ingressos para a área VIP do HSBC Arena. Foi um mimo luxuoso: a zona de cadeiras mais próxima dessa ala de convidados teve entradas vendidas a R$ 1,6 mil. O lobby deu certo e hoje a bancada que defende o MMA no Congresso une de governistas, como o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ao presidente do PSDB e deputado federal, Sérgio Guerra (PE).

O amparo dessa máquina, que vale só em direitos de televisão US$ 120 milhões, está garantido no Congresso. O apelo do esporte e o trânsito construído pelo empresário norte-americano entre os parlamentares conseguiram formar, no Parlamento, uma verdadeira bancada do octógono. O deputado José Mentor (PT-SP) teve uma amostra do que significa estar no corner oposto a esse grupo. Em 2010, tentou aprovar um projeto de lei proibindo a transmissão de lutas não olímpicas na televisão. Não conseguiu avançar um milímetro.

Admirador do UFC, o deputado Fábio Faria (PMN-RN) relatou o projeto e conseguiu derrubar a proposta. ;Levei atletas do MMA, exibi um vídeo mostrando cenas violentas no futebol, na Fórmula 1. Vão proibir a transmissão desses esportes também?;, questionou Faria. A atuação não se resume ao parlamento. Sérgio Guerra e Magno Malta lideraram um grupo de parlamentares que foi ao Ministério da Justiça, no ano passado, interceder para que não houvesse mudanças na classificação indicativa das transmissões de lutas de MMA.

;Fomos ao Ministério da Justiça explicar que não se trata de um esporte que estimula a violência, mas de uma atividade que gera emprego, gera renda, muda a vida dos atletas;, diz o tucano. O presidente do PSDB afirma ter sido apresentado ao universo das lutas pelo ex-senador tucano Arthur Virgílio, ele mesmo faixa-preta de jiu-jitsu e figura fácil ; como expectador ; nos campeonatos nacionais de artes marciais. Desde então, acompanha todas as edições possíveis do UFC, sempre a convite de Dana White.

Neoaliado do MMA

Ex-boxeador e antigo crítico do MMA, o deputado Acelino ;Popó; Freitas (PRB-BA) aparou as arestas com a modalidade em jantar com White, em junho do ano passado. ;Ele (White) foi muito gentil, se lembrou de ter me visto lutar em 2002, em Las Vegas (EUA). Conversamos muito sobre o esporte;, relata o deputado. O ex-boxeador gostou tanto da conversa que, em novembro, apresentou à Câmara um projeto de lei regulamentando a prática do MMA.

Agora, Popó pretende ser o padrinho de uma confederação que pretende unificar as entidades representantes dos lutadores no país. O passo seria fundamental para que os praticantes da modalidade tenham acesso a recursos de programas federais de apoio ao esporte, como o Bolsa-Atleta, que terá orçamento de R$ 80 milhões em 2012, segundo estimativa do Ministério do Esporte.

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