Politica

Reforma ministerial manterá os atuais "feudos" partidários

Paulo de Tarso Lyra
postado em 18/01/2012 08:24
Primeira reunião ministerial do governo Dilma: um ano, nove alterações
A presidente Dilma Rousseff anunciará na semana que vem apenas as trocas nos ministérios cujos ocupantes disputarão as eleições municipais de outubro ; Educação e Secretaria Especial de Políticas para Mulheres. As demais mudanças serão feitas com mais calma, possivelmente após o retorno da presidente das viagens a Cuba e ao Haiti, no fim de janeiro. Além disso, Dilma não vai alterar a cota dos partidos na Esplanada, frustrando os planos de PMDB e PT, que sonhavam em aumentar seu poder de fogo no governo, amealhando para sua seara os ministérios dos Transportes e das Cidades, respectivamente.

Nas mudanças confirmadas, Aloizio Mercadante sairá da Ciência e Tecnologia e passará a comandar a Educação, no lugar de Fernando Haddad, que deixará o governo para concorrer à prefeitura de São Paulo. Para a vaga que será aberta no MCT, a presidente avisou que optará por um nome ligado ao setor ; os mais cotados são o deputado Newton Lima (PT-SP), duas vezes reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), ou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp.

Na semana passada, Mercadante e Haddad conversaram longamente sobre os desafios da pasta. Os dois ministérios já tiveram uma parceria exitosa no primeiro ano de governo Dilma, com o lançamento do Programa Ciência Sem Fronteiras, que encaminhou a primeira leva de alunos para os Estados Unidos no último fim de semana. Haddad disse ao seu sucessor esperar que ;ele faça ainda mais do que o realizado nos últimos nove anos;.

Troca confirmada
A outra mudança confirmada é a de Iriny Lopes, que deixará a Secretaria Especial de Política para as Mulheres para concorrer à prefeitura de Vitória. Em seu lugar, um nome cotado é o da secretária adjunta da pasta, Rosana Ramos, que integra a corrente petista Articulação de Esquerda, detentora da indicação da cadeira.

Quanto às demais alterações, Dilma vai esperar para conversar com os partidos e ouvir as sugestões de nomes, embora tenha muito claro em mente que a decisão final cabe a ela e, uma vez escolhido, ;o ministro pertence ao governo e presta contas a ela, não mais ao partido;. Dilma pediu aos ministros palacianos que permaneçam de prontidão em Brasília neste fim de semana. Além dos encontros setoriais para preparar a reunião ministerial da segunda-feira, dia 23, a presidente quer iniciar as conversas para definir as mudanças no governo com seu círculo mais próximo.

Ontem, ela reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer. Comunicou que não haverá alteração na divisão dos partidos na Esplanada. Confirmou também que não promoverá reduções de pastas, o que provocaria uma convulsão nos movimentos sociais. ;Dilma não vai querer mexer nesse vespeiro, ela não ganha nada com isso;, admitiu ao Correio um interlocutor da presidente.

Dilma também convidou Temer para participar dos encontros setoriais na quinta, sexta, sábado e domingo, marcados como preparação para a reunião ministerial. O encontro da segunda servirá para planejar as ações e os projetos do governo para 2012. ;Não será uma reunião de balanço de 2011, será algo para frente, para mostrar que o governo funciona, independente das peças que o compõem;, disse um interlocutor palaciano.

Quadro alterado

No primeiro ano de governo Dilma, independente de reforma ministerial, já foram feitas sete substituições de ministros: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Correia (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Nelson Jobim (Defesa) foram empossados em 1; de janeiro de 2011, mas já não estavam na festa de confraternização de Natal no Palácio da Alvorada, realizada em meados de dezembro.

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