Previsto para ser um encontro em que seriam definidas as estratégias para as eleições municipais, o encontro do diretório nacional do PDT virou palco para bate-boca e ataques à imprensa. Sobrou até para os aliados da base. Comandado pelo ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, o encontro também serviu para o partido fechar apoio ao nome do secretário-geral, Manoel Dias, para assumir a pasta do Trabalho na reforma ministerial prevista para este mês.
Na reunião, foram colhidas assinaturas para uma moção de apoio a Dias. Além dele, também corre por fora o nome do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). O parlamentar, no entanto, teria perdido pontos por ter comandado a CPI dos Bingos contra o então governador do Rio Grande do Sul, Olivio Dutra, considerado padrinho político da presidente Dilma Rousseff. A possibilidade de ser indicado um nome técnico foi descartada pelo próprio Lupi, para quem o cargo é ;eminentemente político;.
Uma conversa com o Planalto deve acontecer na semana que antecede o carnaval. No evento do diretório, alguns integrantes do partido atacaram a permanência de Lupi no comando do PDT. O ex-ministro deixou a pasta do Trabalho em dezembro, sob suspeitas de irregularidades. ;É preciso uma reformulação completa a partir da Direção Nacional. O PDT virou um cartório de pequenos grupos;, disparou o deputado estadual do Rio, Paulo Ramos.
Críticas a aliados
Na defesa de Lupi, foram escalados os dirigentes Manoel Dias; o vice-presidente do partido, André Figueiredo (CE); e Vieira da Cunha. Nos discursos, não faltaram ataques à imprensa. Em meio ao clima de confronto, o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo McDonald, deu a dica. ;Ninguém entra num partido que estiver em briga. Esse assunto não deveria ter dominado a reunião. Temos que entrar numa eleição unidos, se não vamos tomar uma surra;, pediu.
Por sua vez, o senador Pedro Taques (MT) não poupou críticas a integrantes da própria base aliada. ;O que quer o PDT? Ser um puxadinho do PT? O PT vem canibalizando os outros partidos;, avaliou. Na manhã de hoje está previsto um novo round entre os caciques do partido para a escolha do líder da bancada na Câmara. Estão no páreo André Figueiredo e Paulo Rubem Santiago (PE).