Oito meses após deixar o presídio da Papuda, o refugiado político, escritor e ex-ativista italiano Cesare Battisti retornou a Brasília. Ontem, Battisti fez uma rápida visita ao Congresso Nacional para agradecer o apoio dos parlamentares enquanto esteve preso. O italiano aproveitou o passeio para falar sobre a vida no Rio de Janeiro e o lançamento do livro Ao pé do muro. Previsto para ser lançado em abril, a obra, a 18ª de Battisti, mistura ficção com as memórias de quando esteve no cárcere.
Segundo a deputada Erika Kokay (PT-DF), Battisti está adaptado ao país, apesar da limitação de não poder se pronunciar politicamente. %u201CEle fala muito da solidariedade do povo brasileiro, do acolhimento no dia a dia. Disse que é difícil conseguir pagar um cafezinho porque as pessoas sempre o convidam%u201D, contou a parlamentar.
Um dos exemplos de entrosamento com os brasileiros é a amizade de Battisti com Francisco Ferreira, um dos diretores do bloco carnavalesco Cordão do Bola Preta. Por isso, o italiano deve desfilar, pela primeira vez, no carnaval carioca. O ex-ativista também trabalhará em uma livraria da capital fluminense, mas não foi divulgado qual será o estabelecimento.