Politica

Debate sobre desocupação de Pinheirinho provoca bate-boca no Senado

postado em 23/02/2012 14:36
O debate na Comissão de Direitos Humanos do Senado sobre a operação da Polícia Militar que resultou na desocupação do terreno onde estava instalada a favela do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), provocou um bate-boca entre os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O senador tucano defendeu a operação dizendo que anteriormente foram apreendidas drogas e armas no local. Segundo ele, o a audiência serve apenas para atacar politicamente o governo de São Paulo, comandado pelo PSDB. Já Suplicy disse que houve excesso da polícia e que a operação ocorreu de forma apressada, antes de se esgotar o diálogo.

;A história contada pelo senador Suplicy no plenário foi relatada dez dias depois, perante testemunhas que eram funcionários do gabinete do senador Suplicy;, disse Aloysio Nunes Ferreira em relação a um vídeo com depoimentos de moradores do Pinheirinho após a desocupação.

Aloysio Nunes Ferreira disse que propôs debater outras operações de desocupação em estados governados pelo PT, mas os pedidos não foram aprovados pela comissão. ;Meu propósito era fazer aqui uma discussão a respeito dessa situação delicada em que a polícia ; cumprindo ordem judicial ou às vezes não, como foi o caso no Distrito Federal ; usa da força física para a manutenção da ordem, podendo cometer abusos;, argumentou o tucano. ;No entanto, não foi esse o procedimento da comissão. Embora tenha indicado à secretaria da comissão os nomes e os endereços das pessoas que pretendia ver ouvidas na mesma ocasião em que se tratasse do caso Pinheirinho, a audiência pública foi marcada apenas para o caso Pinheirinho;, destacou o senador do PSDB.

Já Suplicy alegou que concordou em ouvir os representantes do governo de São Paulo e também debater a situação em outros estados. Contudo, acrescentou o petista, devido à falta de tempo, os debates devem ocorrer em outra data. ;Queira o senador Aloysio Nunes ter a dignidade de ver esse filme com as cenas, algumas das quais de emissoras de TV, demonstrando a violência ocorrida. Isso é preciso que se diga. E ele aqui veio me dizer que funcionárias minhas aqui fizeram declarações, elas foram testemunhas da barbaridade ocorrida. E é importante que ele possa ouvir, possa ouvir e possa trazer aqui o comandante da Polícia Militar, o senhor Álvaro Camilo;, rebateu Suplicy. O líder comunitário e ex-morador de Pinheirinho Valdir Martins de Souza considerou ;uma covardia; o que ocorreu em São José dos Campos. ;Aquilo ali não foi uma desocupação;, destacou.

Durante a audiência foram ouvidos representantes dos ex-moradores do Pinheirinho e da Secretaria Nacional de Habitações, ligada ao governo federal. O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, foi convidado para participar da audiência, mas informou que não poderia comparecer. Também foram convidados e não compareceram o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori; o juiz Luiz Beethoven Ferreira; o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Alvaro Batista Camilo, e o secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Silvio Torres.

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