postado em 07/03/2012 10:52
Contradição é o nome do Senado Federal quando o assunto é recebimento de 14; e 15; salários sem desconto no Imposto de Renda (IR). No discurso, senadores juram de pés juntos quererem o fim da farra paga com o dinheiro do contribuinte. Ontem, justamente um dia depois de a Receita Federal instaurar procedimento investigatório para derrubar a regalia com carimbo oficial, líderes das bancadas partidárias fizeram uma defesa veemente da extinção da benesse. No jogo das aparências, que uniu governo e oposição, os senadores falaram em injustiça com os trabalhadores brasileiros, pregaram humildade, direitos iguais e disseram até que nunca queriam ter recebido o benefício. Na prática, longe dos questionamentos da imprensa e da opinião pública, os parlamentares nunca se mexeram para acabar com os rendimentos extras.Há um ano, dorme na gaveta do Senado Federal projeto da então senadora e atual chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), para acabar com as duas remunerações adicionais. Ontem, o relator do projeto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), comunicou, inclusive, que fez a sua parte e concluiu o relatório em julho do ano passado. ;É inexplicável um senador da República receber 14; e 15;. É preciso uma pressão da sociedade.; Desde 7 de julho do ano passado, a papelada repousa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O presidente da CAE, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), foi procurado, mas, no entanto, não falou sobre o assunto. Alegou, por meio da assessoria, que o dia estava bastante atribulado. Nos oito anos de mandato dos senadores, o custo com o pagamento dos extras é de R$ 34,6 milhões. Na Câmara, o deputado Reguffe (PDT-DF) também apresentou projeto semelhante que não foi votado.
A reportagem completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta quarta-feira (7/3).