Politica

PDT no Senado diz que apoia Dilma independentemente de cargos

postado em 15/03/2012 18:51
Um dia depois de o PR anunciar que passou para a oposição no Senado, insatisfeito por não ter indicado um novo nome para o Ministério dos Transportes, nesta quinta-feira (15/3) o líder do PDT, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), foi à tribuna para, segundo ele, ;tranquilizar; a presidente Dilma Rousseff sobre a fidelidade do partido ao governo.

Gurgacz disse que o PDT não precisa de cargos para ser aliado e votar a favor dos projetos do governo, ;quando eles forem de interesse do país;. ;Nós queremos mandar uma mensagem de tranquilidade, de que o PDT vai continuar apoiando o governo e a presidenta Dilma, independentemente de estarmos com ministério;, disse Gurgacz.

Segundo ele, cabe à presidente definir quem ela quer indicar para o Ministério do Trabalho, que até o ano passado era comandado pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Depois de denúncias de irregularidades na pasta, o ministro pediu demissão e, desde então, o partido discute com o governo uma nova indicação.

Os nomes dos deputados Manoel Dias (PDT-SC), Brizola Neto (PDT-RJ) e Vieira da Cunha (PDT-RS) foram levantados nas negociações que estavam sendo comandadas pelos representantes do partido na Câmara.

No entanto, os senadores não querem condicionar o apoio, nem a sua independência na hora de votar contra o governo, à indicação para o ministério e desautorizaram os deputados do partido de negociar em nome do Senado. ;Não vejo legitimidade em deputados federais para falar em meu nome à presidente da República;, disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Para ele, o partido só terá condição de se manter à vontade em votações relevantes para o governo se não condicionar o apoio à vaga no ministério. ;O PDT não pode apoiar a presidente da República em situações não republicanas. Um partido político não pode ser um partido que só pleiteie cargos de ministro;, afirmou Taques.

Na mesma linha, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse em plenário que é contra a presença do partido no Ministério do Trabalho. Para ele, a presidenta Dilma não deveria indicar ninguém por filiação partidária. ;Ela prestaria um grande serviço ao PDT e ao país se não indicasse ninguém;, disse Buarque.

Apesar de negar que haja desconforto dos senadores pedetistas com a negociação pela pasta que vem sendo feita pelos deputados do partidoPDT, o líder Gurgacz admite que a Câmara e o Senado têm lideranças diferentes. ;Ninguém fala por nós senão nós mesmos;, disse ele. Gurgacz negou que também que a manifestação em plenário seja um recado dos senadores para o governo ou para os colegas de partido. ;Será que é difícil ter um partido que não precise de cargos para apoiar o governo?;, perguntou.

Desde a semana passada, a presidente Dilma enfrenta uma crise política no Congresso. O processo de rebeldia na base aliada do governo começou com a rejeição no Senado ao nome do nome de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O motivo admitido pelos governistas seria a insatisfação dos senadores, em especial do PMDB, com a falta de interlocução com o governo. A recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo era apoiada pela presidente.

Esta semana, a presidente decidiu trocar os líderes do governo na Câmara e no Senado. A mudança agitou os parlamentares governistas e nenhuma votação relevante foi realizada em nenhuma das duas Casas.

Por fim, o PR no Senado decidiu romper de vez com o governo e passar para a oposição depois que o líder do partido, senador Blairo Maggi (MT), disse que as ;portas foram fechadas; pelo governo. O PR tentava ter de volta o Ministério dos Transportes e não foi atendido pela presidente Dilma.

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