postado em 24/03/2012 08:00
A Secretaria de Direitos Humanos já mapeou 23 comitês estaduais da verdade, criados por entidades da sociedade civil para investigar casos de violações durante a ditadura militar a partir de uma perspectiva local. Nessa sexta-feira (23/3), nove representantes desses grupos se reuniram na Câmara dos Deputados para uma oficina promovida pela organização americana Centro Internacional de Justiça Transicional (ICTJ), em que discutiram formas de trabalhar em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade. Sancionado em 19 de novembro, o colegiado está impedido de começar a trabalhar até que a presidente Dilma Rousseff escolha seus sete integrantes.A formação de instâncias regionais da sociedade civil é considerada fundamental por militantes para ajudar a Comissão da Verdade a dar conta da quantidade de fatos e do grande período histórico (1946-1988) que deverão ser investigados. Segundo o sociólogo peruano Eduardo González, que atuou pelo ICTJ como consultor na criação de diversas comissões da verdade pelo mundo, os coletivos estaduais são fundamentais devido ao mandato de dois anos que a lei deu à Comissão da Verdade. ;Outros países que tiveram pouco tempo e muitos fatos para apurar, como o Brasil, criaram convênios com igrejas, sindicatos, além de comitês temáticos, como de médicos e juízes;, defendeu González.