Jornal Correio Braziliense

Politica

Grupo ligado a Cachoeira se vangloriava das relações com parlamentares

Júnia Gama

Gravações de conversas telefônicas pela Polícia Federal (PF) na Operação Monte Carlo mostram viagens conjuntas a Brasília entre integrantes da quadrilha de Carlinhos Cachoeira e parlamentares; uso de um avião do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) por investigados; repasses de informações sobre investigações policiais ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO); iniciativas de ;varreduras; em órgãos públicos por parte do grupo criminoso; e indicações a cargos públicos em Goiás a partir de contatos com políticos goianos presentes em grandes eventos, como na própria posse da presidente Dilma Rousseff (PT), em 1; de janeiro de 2011. Os diálogos telefônicos que embasaram a investigação da PF não deixam dúvidas sobre a intensa troca de favores entre os integrantes do grupo de Cachoeira e os parlamentares que passaram a ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Numa conversa em 25 de fevereiro do ano passado, dois dos principais integrantes do grupo denotam proximidade a parlamentares. ;Wladimir (de Goiânia) está indo com um deputado para Brasília. Olímpio vai sair às 14h;, cita a PF numa transcrição, referindo-se ao ex-vereador Wladimir Garcez e a José Olímpio de Queiroga Neto, presos na Operação Monte Carlo ; deflagrada em 29 de fevereiro ; e considerados como integrantes da gerência da organização criminosa.