postado em 16/04/2012 08:01
Num início de noite, um ano antes de a Operação Monte Carlo amedrontar meio mundo político, Dadá recebeu uma missão de Lenine Araújo de Souza, o número dois da organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira. Àquela altura, Lenine já tinha em mãos um escopo do organograma da quadrilha que ajudava a comandar com mãos de ferro. Um dossiê produzido por algum órgão de segurança pública, que investigava a jogatina de Cachoeira, detalhava a composição do grupo. Lenine desconfiou da veracidade do documento, arranjado por um policial rodoviário federal que também foi denunciado na Monte Carlo. Decidiu, então, ligar para Dadá: ;Chicão, quero que você dê um pulo aqui amanhã;. Dadá, ou Chicão, deveria dar o veredicto sobre o dossiê. ;Achei fajuta demais da conta;, disse Lenine.Cachoeira e seus subordinados já temiam uma investigação mais graúda. Foi assim que Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, ganhou ainda mais importância no grupo do bicheiro. O araponga aparece em grande parte dos diálogos telefônicos degravados pela Polícia Federal (PF) para a Operação Monte Carlo. Arregimentava policiais militares, civis e federais para o esquema. Impulsionava os sites de aposta eletrônica montados por Cachoeira. Participava ativamente das frentes de fechamento de bingos de grupos rivais do bicheiro. Mas foi a espionagem ; sua especialidade ; e os contatos políticos em Brasília que deram posição de destaque a Dadá na quadrilha.