Júnia Gama
postado em 17/04/2012 07:00
A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás abriu ontem investigação para apurar o possível envolvimento de integrantes do órgão citados nas interceptações telefônicas reveladas no último sábado pelo Correio. Nas gravações, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) assegura ao bicheiro Carlinhos Cachoeira a interferência em procedimentos internos do MP goiano, por intermédio de seu irmão, o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres. O senador usa ainda o nome do presidente da Associação Goiana do Ministério Público, Alencar José Vital, como alguém que serviria aos interesses da organização criminosa.Na capital federal, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também deverá dar início a um processo para investigar as suspeitas de ingerência. A avaliação de conselheiros do órgão é de que se trata de um caso grave, já que um dos possíveis envolvidos é o chefe do MP goiano. É praxe que os processos disciplinares contra procurador-geral de Justiça sejam avocados pelo CNMP, pois os corregedores locais esbarram em dificuldades para investigar o comandante do próprio órgão.