postado em 23/04/2012 07:59
Se a Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor no próximo 16 de maio, tivesse um rosto, ela teria olhos azuis, cabelos pretos repicados no ombro e sotaque mineiro. Aos 32 anos, a advogada Vânia Ribeiro Vieira, diretora de Prevenção da Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), está à frente de uma maratona para tirar do papel uma legislação que vai contra práticas seculares do que ela mesma chama de ;cultura do segredo;. Firme, mas sem perder o jeito dócil de falar, caberá a Vânia convencer um governo inteiro de que a transparência agora é lei.Quando a Lei de Acesso foi aprovada no Congresso e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em novembro de 2011, terminou uma batalha de anos da sociedade e começou outra, não mais simples, dentro do governo. O périplo incluiu quase todos os ministérios, a que Vânia foi, um a um, para explicar a lei, mostrar por que ela fortalece a democracia e, mais que tudo, deixar claro que qualquer informação produzida pelo Estado sempre será, em princípio, pública. Não foi fácil. ;As pessoas ainda não veem o acesso à informação como parte do nosso serviço. Dizem: vou ter que parar de fazer meu trabalho para dar informação?;, conta.