postado em 25/04/2012 07:56
; Diego Abreu; Leonardo Cavalcanti
Ainda se acostumando ao amplo gabinete da Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Carlos Ayres Britto aproveita a vista privilegiada para buscar no horizonte a inspiração necessária ao exercício do mandato de sete meses no comando da mais alta Corte do país e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele tomou posse na última quinta-feira e, no dia seguinte, já se viu no papel de conciliador de uma crise originada pela troca de acusações entre colegas. Em entrevista ao Correio, Britto afirmou que o CNJ é a principal ferramenta do Judiciário para se firmar como Poder da República. Ele defendeu o papel disciplinar do órgão de ;defenestrar; magistrados que ;não merecem pertencer ao Poder;. Ayres Britto diz não se incomodar com o fato de seu mandato ser curto, já que completará 70 anos em novembro e se aposentará compulsoriamente. Como potencial beneficiário da aprovação da PEC que aumenta para 75 anos a idade para a aposentadoria, ele prefere não falar sobre a proposta. Poeta nas horas vagas, o sergipano escolheu Brasília como cidade e viverá aqui após deixar a toga para se dedicar à literatura e às palestras.
[SAIBAMAIS]
Sete meses na Presidência do Supremo é pouco tempo?
Nem penso se esse tempo é curto, se é suficiente, se é comprido. Não penso em frustração. Não é um estorvo, uma pedra no meio do caminho dos meus planos. Vou viver cada um dos dias com intensidade e aproveitando as oportunidades de afirmar o Poder Judiciário, de remover obstáculos, facilitar o acontecer das boas práticas. Isso é desafiador.
Quais são os obstáculos, hoje, no Supremo?
Não penso em obstáculos. O CNJ, por exemplo, não é problema, nunca foi e nunca será. O CNJ é uma ferramenta de que dispomos para o Judiciário se afirmar como Poder da República. Para mim, o Judiciário deve estar à frente até do seu tempo, e não na retaguarda, corporativisticamente.