Pernambuco, berço da construtora Delta, envolvida no escândalo Carlinhos Cachoeira, é solo fértil para a prosperidade e vigor da empreiteira. A evolução nas cifras dos contratos milionários firmados com o governo pernambucano nos últimos seis anos impressiona. Em 2005, durante a gestão do então governador e atual senador, Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), o estado pagou R$ 2 milhões à empresa. Em 2006, quando assumiu o vice Mendonça Filho (DEM-PE), foram R$ 3,5 milhões. No governo Eduardo Campos (PSB-PE), tendo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como principal combustível, o cofre pernambucano da Delta engordou de maneira sistemática. Só no ano passado, a construtora embolsou R$ 105 milhões. Neste ano, até o momento, já existem cerca de R$ 50 milhões empenhados.
De 2007, quando Eduardo Campos assumiu o poder, para cá, a construtora recebeu R$ 250 milhões por contratos de obras das Secretarias de Cidades e Transportes e também de órgãos públicos, a exemplo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PE) e da Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB). A assessoria de imprensa do governo de Pernambuco encaminhou nota ao Correio confirmando que havia obras no estado tocadas pela Delta. Percebendo a repercussão negativa após o escândalo em decorrência das Operações Vegas e Monte Carlo, o governador resolveu abrir procedimento para fazer uma devassa em todos os contratos da construtora.