postado em 15/05/2012 12:38
Com a suspensão do depoimento do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, fará nesta terça-feira (15/5) à tarde uma reunião administrativa.Na pauta estão cerca de 200 requerimentos, entre eles, pedidos de convocações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de sua mulher, a subprocuradora Cláudia Abreu, de governadores, além de quebra de sigilos bancários da Delta, por exemplo. A empresa é suspeita de se beneficiar do esquema comandado por Cachoeira.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que os trabalhos da comissão continuarão até o STF julgar o mérito do pedido de habeas corpus concedido ontem, em caráter liminar, pelo ministro Celso de Melo. "Hoje faremos a sessão administrativa para votar requerimentos e, até lá, poderemos ouvir outros acusados", destacou o senador.
"Pretendo acabar com essa tensão e retomar a CPI dentro do prazo determinado. Quero resolver de forma técnica essa questão da CPI. Na quinta, vamos ouvir os procuradores [Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira, que participaram da Operação Monte Carlo]. O que eu vou fazer é aproveitar, resolver os requerimentos que precisam ser analisados e, na quinta, eu ouço os procuradores", destacou Vital do Rêgo.
O depoimento de Cachoeira estava marcado para hoje, mas a decisão do STF obrigou a CPMI a adiar a oitiva até que o mérito do pedido seja julgado, o que pode ocorrer na próxima semana. No pedido, a defesa de Cachoeira alegou que ele não teve acesso amplo a todas as informações sobre o processo.
O senador considerou que a CPMI manterá a decisão tomada sobre a guarda dos documentos, restringindo a acesso apenas a membros da comissão e que, a defesa de Cachoeira tem que obter as informações na Justiça. "A CPMI mantém a decisão tomada na guarda dos documentos. Essa é uma questão de ordem processual", destacou o presidente.
[SAIBAMAIS]
Vital do Rêgo informou ainda que houve um "ruído de informação" sobre a necessidade de a CPMI dar acesso aos documentos para os advogados de defesa. "O que aconteceu foi que, quando a defesa de Cachoeira foi procurar os autos na 11; Vara Federal de Goiânia, esses documentos já estavam no STF. Ele tem que conseguir os documentos por meio do Supremo", destacou Vital do Rêgo.