Politica

Judiciário ainda não está pronto para a Lei de Acesso à Informação

postado em 16/05/2012 18:12
Seis meses após a edição da Lei de Acesso à Informação (LAI), o Judiciário ainda não está pronto para atender a todas as regras sobre publicidade e atendimento ao público exigidas na nova norma, mas já se mobiliza para criar um regramento geral de acesso à informação. Essas regras gerais serão definidas por uma comissão com representantes dos tribunais superiores e de conselhos superiores de Justiça, que terá 60 dias para apresentar suas conclusões. Um dos assuntos que deverá ser abordado no documento, até então pouco discutido no contexto da LAI, é a criação de parâmetros gerais para classificação de documentos. Enquanto o regramento geral do Judiciário não fica pronto, alguns tribunais aproveitam estruturas já existentes para cumprir parte da lei, como o Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte tem uma central de atendimento desde 2008, onde há um serviço presencial e também oferece consultas por telefone e pela internet. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que até hoje resiste a transmitir seus julgamentos, garante que já cumpre parte da lei fornecendo informações sobre processos, contratos e contabilidade. No entanto, os nomes são omitidos nas folhas de pagamento, segundo o STJ, %u201Cpara preservar a privacidade dos agentes públicos%u201D. O tribunal também oferece serviço de atendimento por telefone e tem setor de ouvidoria, mas ainda está construindo um espaço para atendimento presencial. A obra deve ficar pronta até o final do semestre. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) informa que regulamentará nos próximos dias a gestão de pedidos de informação e promete criar canais específicos para atendimento ao cidadão. Segundo o TST, o serviço será baseado em estudos e soluções concebidos por uma comissão interna. Enquanto isso, o cidadão poderá tirar suas dúvidas com o setor de ouvidoria. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um grupo de trabalho foi criado em março, por meio de portaria, para estudar a implantação do acesso à informação seguindo a nova lei. O grupo deverá entregar suas conclusões em junho, e as sugestões serão oficializadas em uma proposta de resolução. A assessoria do Superior Tribunal Militar (STM) declarou que não houve preparação específica para se adequar à LAI e que aguarda a edição do regramento geral do Judiciário para estabelecer diretrizes internas. O tribunal informa que as demandas atuais podem ser encaminhadas para a assessoria de comunicação e para o protocolo da corte. Uma portaria publicada nesta quarta-feira (16/5) no Diário Oficial da União criou o sistema de atendimento ao cidadão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes disso, o órgão já tinha uma ouvidoria, que passará a receber queixas daqueles que não tiveram sua demanda atendida.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação