postado em 27/05/2012 08:00
O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) ocupa na CPI do Cachoeira uma vaga cedida pelo PSDB e pelo DEM e, hoje, aparece como um dos algozes mais ferrenhos do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, na comissão. Vem dele as principais investidas para convocar o mandatário goiano para comparecer à CPI, o que tem gerado brigas internas no PSDB e cobranças no partido pela substituição de Randolfe.Em entrevista ao Correio, o senador reforça a necessidade do depoimento de Perillo à comissão. Em seu entendimento, a investigação já forneceu ;elementos inequívocos; para ligar o governador tucano à organização criminosa chefiada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Randolfe afirma que a CPI corre o risco de se transformar em uma ;pantomima; se não ouvir o depoimento do tucano e se não quebrar os sigilos da empresa Delta ; duas das principais questões que deverão ser votadas pela CPI nesta semana. E diz não ter sofrido até o momento qualquer movimento pela sua saída da comissão. ;Será inócua qualquer forma ou veículo de pressão;, diz o senador. A seguir, os principais trechos da conversa.
As últimas decisões da CPI têm demonstrado a existência de um acordo entre os partidos para evitar que as investigações atinjam as legendas. Uma eventual convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo, serviria para romper esse acerto?
Acaba que não resolve o problema porque a questão não se restringe ao governador Perillo. A convocação dele é inadiável, mas os outros dois governadores, dos outros partidos, também precisam comparecer. De todos os governadores, o Marconi Perillo é o que tem maior número de menções nas gravações em relação direta com o senhor Carlos Cachoeira. Então, não se trata só de questão política ou partidária.
Está sedimentado o acordo de cavalheiros entre PT, PMDB e PSDB?
Está claríssimo. Na sessão de quinta-feira, com o adiamento do requerimento sobre a quebra dos sigilos da Delta, ficou patente que há um acordo de blindagem em relação a temas mais espinhosos. Há uma troca de interesses sobre o que deve ser blindado. Se continuar nesse ritmo, todos os temas que mais interessam vir à luz serão blindados, não vamos conseguir investigar nada.
A matéria completa você lê na edição deste domingo do Correio Braziliense.