postado em 29/05/2012 10:16
[SAIBAMAIS]Demóstenes disse que pretendeu até mesmo deixar o mandato por conta das provas levantadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo. "Muita coisa teve uma importância relevada e a grande maioria, a esmagadora maioria, não tem relevância ética e penal nenhuma", disse.
Ao afirmar ter uma relação de amizade com o bicheiro Cachoeira, ele negou participação no esquema criminoso, alegando que os próprios autos da investigação da PF desmentem as acusações feitas contra ele e divulgadas amplamente pela imprensa. "Cachoeira se relacionava comigo e com cinco governadores", destacou. Ele leu vários trechos dos documentos da Operação Monte Carlo e de reportagens publicadas em jornais impressos e na internet que, nos últimos meses, relataram o grande esquema de Cachoeira.
Quanto ao uso do radio Nextel, Demóstenes disse que o aparelho era usado para a ;comodidade; dele, para conversar com amigos e familiares. ;Se era (um aparelho) sigiloso então por que foi grampeado?;, disse. ;Hoje é fácil eu verificar que foi um erro. Eu não imaginava a dimensão que isso teria. Não tinha como adivinhar que era utilizado para outras funcionalidades;, defendeu.
Tráfico de influência
Demóstenes disse ser apenas uma ;comemoração; a conversa que foi gravada entre ele e o bicheiro, que revelava que o senador teria trabalhado junto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes para levar à máxima corte do país uma ação bilionária envolvendo a Companhia Energética de Goiás (Celg). ;Esse diálogo não quer dizer absolutamente nada. Era uma questão de interesse do estado de Goiás, uma demanda entre o estado e União. Não tem interesse privado de quem quer que seja;.
Ao enfatizar que as reportagens da Folha de São Paulo e do Correio Braziliense apontavam a relação dele com a empresa Delta, Demóstenes Torres negou ter feito lobby em favor da Delta. ;Não posso ser responsável pelo o que os outros dizem de mim;.
O jatinho da discórdia
Demóstenes também negou que tenha viajado a Berlim com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes com despesas pagas pelo contraventor. ;É preciso dizer o seguinte: utilizei aviões de diversas pessoas no estado de Goiás, não do Cachoeira, porque ele não tinha avião. Não utilizei isso em troca do meu mandado parlamentar;.