postado em 31/05/2012 11:04
Ao contrário da atuação durante o Conselho de Ética, o senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) usou, na manhã desta quinta-feira (31/5), o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ele não respondeu a nenhuma das perguntas feitas pelos parlamentares na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira e acabou sendo dispensado.E o que seria o depoimento do senador virou um cenário de bate-boca entre o deputado federal Silvio Costa (PTB-PE) e o senador Pedro Taques (PDT-MT). Indignado com o silêncio de Demóstenes, Silvio Costa chegou a dizer que se o céu existe, não seria para lá que ele iria, ;porque o céu não é lugar de gente hipócrita;. ;O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa", disse o deputado.
[SAIBAMAIS]Pedro Taques saiu em defesa do senador goiano e interrompeu a fala de Silvio Costa, evocando o direito constitucional de qualquer pessoa permanecer em silêncio e de ser respeitada por isso. ;Todos aqui, enquanto parlamentares, devem obedecer à Constituição Federal, que afirma que o cidadão, seja lá quem for, merece respeito. Fui procurador da República por mais de 15 anos e tenho a convicção de que um parlamentar não pode tratar quem quer que seja com indignidade", argumentou. A frase deixou o deputado ainda mais exaltado. Quando ele começou a gritar com Demóstenes e continuar a discutir com Taques, o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu encerrar a sessão.
Após o episódio, Pedro Taques afirmou que não vai abrir representação contra Sílvio Costa, ;porque ele já não tem nenhum decoro;.
Defesa em Conselho de Ética
O senador Demóstenes Torres prestou depoimento, na terça-feira (29/5), no Conselho de Ética do Senado e se defendeu de todas as acusações. Chegou a confirmar sua ligação com o empresário Carlinhos Cachoeira, mas sustentou que não sabia do envolvimento do contraventor com atividades ilícitas, além de negar ter recebido dinheiro dele.
Confirmou também que teria usado um rádio Nextel, cuja conta era paga pelo bicheiro. Nessa quarta-feira (30/5) , os integrantes da CPMI quebraram os sigilos telefônicos, bancário, fiscal, de e-mail e de mensagens por celular do senador goiano.
Com informações de João Valadares.