Paulo de Tarso Lyra
postado em 08/06/2012 08:55
Mesmo após escapar da convocação para depor na CPI mista do Congresso, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), não resistiu ao estrago que o escândalo tem provocado na imagem dos homens públicos flagrados com algum tipo de relação com os esquemas do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. E a pouca atuação partidária faz com que o PMDB comece a ter ressalvas na hora de defendê-lo. Governador reeleito, lembrado como exemplo de gestor na área de segurança pública graças à implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), Cabral está arredio, evita as entrevistas e vê ameaçados os sonhos políticos pós-2014, quando deixará o Palácio das Laranjeiras. De postulante ao cargo de vice em uma eventual chapa presidencial, começa a contentar-se com uma cadeira no Senado e vislumbra a disputa pela Prefeitura do Rio em 2016.
[SAIBAMAIS]Mandato de senador, Cabral já teve. E na prefeitura, ele substituiria o grande afilhado político, Eduardo Paes (PMDB), que começa a ensaiar um distanciamento de seu ex-mentor. Precavido, Paes sabe que o desgaste de Cabral pode respingar na própria corrida por um novo mandato a partir de 2013. Desde que o escândalo envolvendo a Delta Nacional estourou, o abismo entre governador e prefeito aumentou ainda mais. ;Antes, todos viam Paes como um secretário do governo Cabral. Agora, ele faz questão de mostrar que tem brilho próprio;, diz o dirigente de um partido aliado ao PMDB na prefeitura carioca.