postado em 10/06/2012 06:55
Em quase 50 dias de CPI mista de Cachoeira, os trabalhos avançam na mesma medida que as escorregadas de alguns de seus membros. Desinformação sobre o regimento, pouco tempo de atuação no Congresso Nacional ou deslumbramento com a visibilidade da comissão já resultaram em esforço desperdiçado, alguma dose de perda de tempo e até cenas de baixaria.[SAIBAMAIS]Na sessão anterior ao depoimento do delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues, os integrantes da CPI decidiram realizar uma sessão secreta, para evitar que as defesas dos suspeitos fossem municiadas com informações fornecidas pelo policial e pelos próprios parlamentares. No dia da oitiva, porém, os membros do colegiado foram surpreendidos com a presença dos advogados do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), do ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e do bicheiro Carlinhos Cachoeira no plenário fechado. Depois de muita confusão, o depoimento foi retomado. Legalmente, os advogados realmente tinham o direito de acompanhar a sessão.
O capítulo mais vergonhoso da CPI até o momento, o bate-boca entre o deputado Sílvio Costa (PTB-PE) e o senador Pedro Taques (PDT-MT), só ocorreu porque o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), desrespeitou a regra de não conceder a palavra aos integrantes da comissão no momento em que os depoentes decidem ficar calados. Vital quis fritar Demóstenes e deixou Sílvio Costa solto, permitindo-lhe que se pronunciasse. Perdeu a condução. O senador Pedro Taques (PDT-MT) interrompeu Costa, acusando-o de desrespeitar o depoente com ofensas. Quando Vital do Rêgo quis recuperar as rédeas já era tarde. A confusão já estava feita: o deputado reagiu, vociferando palavrões, e a sessão teve de ser encerrada.