Politica

Professores de instituições federais tentam mais uma etapa de negociação

postado em 12/06/2012 19:30
Representantes de instituições federais de ensino estão reunidos com o secretário de Relações do Trabalho, do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. A categoria, que está em greve desde o dia 17 de maio, espera propostas concretas do governo para acabar com o impasse. A paralisação já atinge 55 instituições.

Segundo a presidente da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), Marina Barbosa, a categoria cobra que o governo federal "assuma sua responsabilidade na educação". ;Vivemos uma situação trágica. Na nossa última conversa [15/5], o governo apresentou as mesmas propostas apresentadas em dezembro de 2010. Isso demonstra falta de negociação. Esperamos uma proposta concreta;, disse.

Os professores esperam definir a reestruturação das carreiras dos docentes e protestam contra a falta de infraestrutura nas instituições. ;Pedimos uma reestruturação simples, em 13 níveis, com variação de 5% de valor;, explicou. Atualmente, a progressão salarial é dividida em níveis e subníveis não muito claros, que dificultam que o profissional alcance o topo da carreira. [SAIBAMAIS]

Em busca também da reestruturação de carreira, os servidores vinculados ao Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) anunciaram greve geral a partir de quarta-feira (13/6), entre docentes e técnicos. A paralisação deve atingir 40 mil servidores.

;Queremos uma carreira que valorize o profissional como instrumento da sociedade e não da iniciativa privada, como ocorre atualmente. O sistema atual joga os professores para fora das universidades. Esperamos mais repostas às nossas reivindicações e menos conversa;, comentou o coordenador-geral do Sinasefe, David Lobão.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a expectativa é que o governo apresente alguma proposta em relação à reestruturação da carreira de docente e retome, de fato, as negociações. A paralisação já atinge 51 instituições.

Durante a reunião, professores vão ficar reunidos em frente ao Ministério do Planejamento. O ato, convocado pelo Andes, tem também a participação do Comando Local de Greve da Universidade de Brasília.

Os professores federais estão em greve para reivindicar a reestruturação da carreira e reclamam de condições precárias de trabalho. De acordo com o Andes, foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão dos planos de carreira, mas não houve avanço nas negociações.



O Ministério da Educação (MEC) informou que "reafirma sua confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campi universitários federais". O governo ressalta que o aumento de 4%, negociado no ano passado com os sindicatos, já está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio.

"Com relação ao plano de carreira, a negociação prevê sua aplicação em 2013. Os recursos devem ser definidos na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] até agosto deste ano, o que significa que temos tempo. As negociações entre o Ministério do Planejamento e as representações sindicais seguem abertas", explicou o MEC.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação