postado em 01/07/2012 07:23
Oito anos depois de deixar o governo, o ex-presidente Juscelino Kubitschek ainda era motivo de preocupação dos militares que assumiram o poder pelo golpe de 1964. Documentos produzidos pelos serviços de informação em 1969 mostram o temor que o regime tinha de JK, principalmente se ele voltasse à vida política em Minas Gerais. Um deles, da Segunda Seção do I Exército, analisa a situação do estado e conclui que é necessário dissolver a corrente do ex-presidente, avaliando que se isso seria uma questão de ;sobrevivência para a revolução de 64;. O relatório sugere, também, que outras pessoas ligadas a Juscelino, como Tancredo Neves e Israel Pinheiro, tivessem seus direitos cassados.Com 11 páginas, o documento intitulado Situação político-social de Minas Gerais teve uma difusão restrita e somente circulou no Serviço Nacional de Informações (SNI), Centro de Informações do Exército (CIE) e Comissão Geral de Investigações (CGI). O relatório foi produzido em Juiz de Fora no 8 de maio de 1969 e foi encaminhado para o comando do I Exército ; que provavelmente o solicitara ; pelo general Itiberê Gouvêa do Amaral, que chefiava o Quartel-Geral regional na cidade mineira. Na introdução, os militares afirmam que todas as informações que constavam no dossiê foram adquiridas com funcionários públicos federais e do próprio governo, inclusive secretários de Educação, Segurança e Finanças.